segunda-feira, 12 de julho de 2010

NUNCA SEREMOS ETERNOS CAMPEÕES, FUTEBOL É UM PRODUTO DE MERCADO E MARKETING E PARA TER GRAÇA UM ÚNICO PAÍS NÃO PODE SER CAMPEÃO SEMPRE


Depois da derrota do Brasil para a Holanda, sexta feira dia 02 de Junho, já na semana passada assisti o Jornalista Orlando Duarte participando do Programa Todo Seu apresentado por Ronie Von na TV Gazeta. Orlando Duarte, sempre muito realista, aliás, desde os tempos em que eu ouvia suas analises sobre o futebol na Jovem Pan, definiu em poucas palavras a atual condição dos jogadores da seleção brasileira de futebol, para Orlando são todos milionários e nesta condição não precisam conquistar mais nada para mostrarem serviço e serem reconhecidos. Por que lutariam pela camisa da seleção brasileira de futebol?

Durante o jogo contra a Holanda percebi pela televisão que alguns jogadores, dentre ele cito Robinho, estavam bastante determinados e pareciam querer mostrar algo mais, mas não eram todos.

O problema da participação do Brasil em todas copas do mundo, principalmente depois do primeiro título em 1958 e depois da seqüência de mais dois campeonatos vitoriosos em 1962 e 1970 é que nós brasileiros se acostumamos a querer que nossa seleção vença sempre em todos campeonatos, para nós brasileiros nem o vice campeonato interessa, só o título e nada mais e se fosse assim talvez hoje o futebol não teria o espaço que tem com uma imensa maioria de seguidores no mundo

Em uma realidade onde nossos melhores jogadores são considerados cada vez mais estrelas, além do fato de serem milionários imaginar que as empresas que patrocinam o futebol investindo milhões de dólares e euros não tem influência sobre o comportamento e as ações destes jogadores é pura ingenuidade nossa.
Desde o primeiro momento ficou claro que esta Copa do Mundo na África era para ser vencida por uma seleção européia basta lembrar que a seleção brasileira de futebol literalmente apanhou para valer nos jogos contra a Costa do Marfim e Portugal, ali começaram a tirar o Brasil da Copa. Quanto a Argentina que poderia ocupar o espaço do Brasil, não tinha um time organizado para enfrentar as seleções de ponta da Europa e isto ficou comprovado na derrota por goleada para a Alemanha, ficou o Uruguai que fez bonito, porém, não tinha time para ser campeão.

Em 2014 é muito difícil ainda mais depois de 1950, que a seleção brasileira de futebol não seja campeã aqui em nosso território, se ganhássemos a Copa da África e também aqui no Brasil em 2014, seriamos sete vezes campeões do mundo e por oito anos seguido, isso poderia tornar a Copa do Mundo de Futebol algo monótono e muito lugar comum, não interessaria aos investidores do mercado globalizado do futebol, principalmente aos europeus que ainda detém os maiores volumes de investimentos e lucros. Portanto, devemos ter claro que o futebol de hoje no atual mundo de economia globalizada é uma questão de mercado, de lucros e que não interessa aos investidores que uma única seleção de futebol, como por exemplo a brasileira, seja uma eterna campeã, tem que existir mais campeões, mais disputas, mais emoções.
No século passado, dos anos cinqüenta para os sessenta, a novidade foi o Brasil, depois em 1966 tiveram que “arrumar” um título para a Inglaterra. Um novo campeão só foi aparecer no final dos anos setenta e nos anos oitenta, a Argentina, depois disso outro novo campeão só em 1998, a França. Agora em 2010 mais uma nova campeã, a Espanha, e isso não vai ficar por ai, logo teremos outros campeões: EUA e algum pais da África e da Ásia, podem ir se acostumando.


Flávio Luiz Sartori - flavioluiz.sartori@gmail.com

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