segunda-feira, 7 de setembro de 2009

EU VOLTEI...DEBATE SOBRE OS MÉTODOS USADOS NO PLANEJAMENTO DAS AMOSTRAGENS DAS PESQUISAS I

Em dois textos recentes editados no blog abordei o assunto das amostragens das pesquisas divulgadas sobre intenção de votos e avaliação de governo em relatórios publicados pelo próprio Data Folha em seu site, nestas pesquisas constatei distorções nas cotas de entrevistados na estratificação por escolaridade.
O assunto de como são planejadas as amostragens pelas empresas de pesquisa é um tabu até entre os profissionais da área porque é exatamente neste item é que esta o segredo do acerto nos números finais. Portanto, nenhum profissional gosta de expôr detalhes sobre os métodos que utiliza.

Infelizmente, devido ao fato de que tinha uma obrigação profissional no sentido de entregar a pesquisa PERFIL DAS PESSOAS QUE VIVEM DOS MATERIAIS RECICLÁVEIS COLETADOS NAS RUAS DE CAMPINAS para a Secretaria de Trabalho e Renda da Prefeitura Municipal de Campinas, não tive tempo de trabalhar em textos para editar no blog desde o 28 de Agosto de 2009, porém assim que minha rotina voltou ao normal retomei os textos a partir de onde parei.

No meio acadêmico e entre os especialistas e profissionais existem inúmeras obras publicadas sobre os métodos usados no planejamento de amostragens para aplicação de pesquisas de opinião pública, tanto na área do mercado quanto na política, é um segmento que envolve orçamentos milionários e que por isso mesmo, apesar das disputas por estas verbas não serem de conhecimento público, elas fazem parte do cotidiano e obviamente que nem sempre a competência prevalece.

Basicamente as amostragens são planejadas a partir de dois tipos de métodos amplamente utilizados nas pesquisas:

- O das amostragens chamadas de probabilísticas;

- E o das amostragens planejadas por cotas;

Aqui no Brasil as empresas de pesquisas utilizam os dois tipos de amostragens e também combinações entre amostragens probabilísticas e por cotas.

Nas amostragens probabilísticas a escolha das pessoas a serem entrevistadas em uma pesquisa é, a principio, aleatória. A estratificação por grupos pode até acontecer, mas ela é feita por áreas de acordo com informações sobre as características sociais da área em questão. Este método é muito utilizado nos EUA.

Nas amostragens por cotas é feito o planejamento de grupos de pessoas a serem entrevistadas de acordo com as variações existentes na própria sociedade da área a ser pesquisada como um todo por: sexo, faixa etária, escolaridade, renda geralmente familiar, localização do domicílio e outras variações possíveis de acordo com a necessidade da pesquisa. Este método também é conhecido como não probabilístico.

Esse assunto é tão complexo que não pode ser encerrado aqui, sob pena de eu estar cometendo o mesmo erro criticado aqui mesmo neste texto, portanto em outros textos que postarei na seqüência deste, alternados com analises, voltarei a explorar o assunto, sendo que no próximo sobre este tema darei mais detalhes sobre a as amostras probabilísticas, depois sobre as não probabilísticas.

Tentarei ser o mais didático que for possível. Afinal, mesmo que não percebamos as pesquisas estão cada vez mais no dia a dia influenciando nossas opiniões e quem quiser tem todo direito de ter conhecimentos sobre o assunto. Também estarei dando dicas da bibliografia sobre o assunto no próximo texto sobre este tema.

Flávio Luiz Sartori – flavioluiz.sartori@gmail.com

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