sábado, 1 de dezembro de 2012

A CORRUPÇÃO É UMA REALIDADE QUE FAZ PARTE DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE, DESDE OS TEMPOS ANTIGOS ARISTOCRATAS, GOVERNANTES, FUNCIONÁRIOS DE GOVERNOS E ATÉ MESMO O POVO COMUM CONVIVEM COM ESTA PRÁTICA.


O "Essência Além da Aparência" inicia hoje uma série de textos sobre a corrupção. Depois que uma alta funcionária do Governo Dilma, que tinha participado do Governo Lula, foi flagrada praticando tráfico de influência com pessoas da sua própria família, seus irmãos, no que deflagrou a Operação Porto Seguro, este blogueiro perdeu a paciência com a inoperância dos governantes em relação a corrupção e ao tráfico de influência que acontece próximo a eles. Se isso é proposital ou não são outros quinhentos, mas uma coisa é certa, a sociedade não pode ficar calada frente a esta situação, temos que reagir de forma racional sem se deixar levar por impulsos que tem como consequência o oportunismo político que geralmente é fruto da ação de outros corruptos que querem apenas desviar a atenção para longe deles mesmos.

Assim damos início a este tema com este belo texto do Blog História e Suas Curiosidades:


Marco Túlio Cícero, orador e filósofo romano se enriqueceu
através da corrupção.

UMA BREVE HISTÓRIA DA CORRUPÇÃO NA ANTIGUIDADE

A corrupção ativa e passiva não é um “privilégio” da geração atual. É antiga e sem data certa de nascimento ou de naturalidade. O antigo império romano, por exemplo, está recheado de exemplos que nos mostram o quanto tal crime era praticado, de modo que não somente o governo como a própria população se adaptaram a essa realidade - que, por sinal, acompanhou o nascimento, apogeu e declínio do grande império.


Rogamos a atenção dos leitores para os casos que iremos dispor logo abaixo, os quais só reforçam a ideia de que o amor pelo dinheiro e pela vida fácil acompanha a humanidade há milênios.

Em outra ocasião falamos que a divisão setorial e hierárquica na administração pública, mais ou menos como o concebemos hoje tem origem na antiga Grécia, mais precisamente na Atenas clássica. Roma “modernizou” tal prática e pretendeu manter um serviço público eficiente, suficientemente capaz de atender à demanda social-administrativa do governo.

Embora alguns imperadores não tenham medido esforços no sentido de combater a corrupção (foi lá, por exemplo, que surgiram os livros contábeis e a obrigação do governo prestar contas de suas receitas e gastos, bem como foi na velha Roma que surgiram os diários oficiais, cuja finalidade - dentre outras - era controlar os gastos e as atitudes tirânicas dos governadores), o que se viu no vasto Império foi o crescente número de casos de corrupção, cujos protagonistas iam do mais baixo ao mais alto escalão.

Os militares, a quem cabia o dever legal de prender eventuais criminosos, encabeçavam, ao lado da elite imperial, a relação dos grandes protagonistas dessa mazela. Nos campos, por exemplo, eles exigiam que os povoados lhes garantissem certa quantia, de sorte que o montante fosse pago continuamente, como se fosse uma gratificação institucional.

Eram os mesmos militares que exigiam, ainda, uma espécie de dízimo de tudo o que era produzido no campo. Assim, os trabalhadores eram obrigados a levar para celeiros públicos parte do trigo colhido para o sustento familiar.

O corporativismo entre os próprios militares era algo notório: para desfrutar de uma “folga”, de um repouso, bastava o subordinado comprar tal direito, ofertando ao seu chefe o que este julgasse suficiente para o caso em questão.

Atribui-se principalmente à corrupção o fato de haver – em tempos de paz - considerável baixa no quadro de efetivos nos vários regimentos, pois, em vez de estar em serviço no horário de serviço, o soldado “dava” uma escapulida, a fim de praticar atos alheios a sua tarefa militar, dentre as quais namorar e praticar roubos. Isto mesmo: o dinheiro obtido nos roubos era utilizado, em boa parte, para comprar o próprio chefe.

Tornou-se, assim, um ciclo vicioso, tão vicioso que ao perceber que um soldado estava enriquecendo, seus superiores ordenavam-lhe várias tarefas, pois sabiam que, para se livrar de tais obrigações, o soldado lhes pagaria maior quantia pelo repouso, pelo não cumprimento das exigências então impostas.

A corrupção era uma prática comum, tão comum que (sem exageros) acabou se tornando um modismo, algo natural, algo esperado por quem adentrasse ou precisasse do serviço público. O funcionário romano – pasmem – estava tão habituado ao referido crime que, para praticar um simples ato institucional, exigia algo de quem estivesse precisando do serviço público. Houve, inclusive, tabelamento de preços dos atos sujeitos à corrupção.

Ao ingressar no serviço público, o recém-servidor deveria (por costume) dar uma gorjeta ao seu chefe imediato. Era uma espécie de aviso de como a coisa funcionava.

Os governadores das províncias eram os mais agraciados com o corrompido sistema. Não hesitavam ao oferecerem vultosas propinas aos inspetores imperais, que, por sua vez, também não pensavam duas vezes e acabavam recebendo o fruto da corrupção.

Um desses govarnadores (após ser processado por crime de corrupção - uma raridade), em uma carta endereçada à amante, exclama: “Alegria1 Alegria! Venho a ti livre de minhas dívidas, depois de colocar à venda a metade de meus administrados”.

Sêneca, abordando o tema, diz que pilhar as províncias como governador era “o caminho senatorial para o enriquecimento”. Do ponto de vista financeiro, era preferível ser governador ao cargo de senador. O poder central, na maioria das vezes, fazia vistas grossas, desde, é claro, que recebesse a parte que lhe tocava.

A realidade visível ganhou espaço na literatura, e os poetas eróticos revelavam, em seus escritos, o esperado desejo feminino de contemplar seu marido deixar o lar por determinado tempo para enriquecer em uma província mais distante.

Cícero, famoso romano por sua erudição, depois de um ano como governador de província, voltou para casa milionário. E não escondeu sua façanha. Ele, que se tornou senador não pelo fato de ascender de família tradicional, mas pela enorme capacidade oratória (o que engradecia o Senado), representa, na atualidade, aqueles que, tendo um histórico de pobreza em sua vida juvenil, não pensam mais do que uma vez e sacam os cofres públicos, movidos por razões alheias à ética social e constitucional.


Temos que refletir sempre sobre os atos de corrupção, não podemos jamais perder a coragem de questionar e ficar impassíveis diante dos atos de corrupção. Jamais compactuar.

Até o próximo texto.

Flávio

Um comentário:

  1. Passando para visitar o seu blog.

    Estou esperando vc lá no meu blog.

    http://3fasesdalua.blogspot.com

    já estou seguindo vc.

    bjs

    Selma

    ResponderExcluir