sábado, 2 de janeiro de 2010

OPOSIÇÃO NÃO CONSEGUIU EMPLACAR SUA ESTRATÉGIA EM 2009

Tucanos e Demos sonhavam e ainda sonham com uma chapa com José Serra candidato à presidência e Aécio Neves candidato à vice, calculam que somados os 29,3 milhões de votos de São Paulo com os 14,1 milhões de votos de Minas Gerais, que representam 33,12% do total de eleitores brasileiros, terão a possibilidade de garantir pelo menos a metade desses 43,3 milhões votos, que conseqüentemente somados aos votos que terão nos outros estados da federação representarão uma soma que certamente colocará José Serra em um segundo turno na condição de disputar a eleição presidencial em condição de vencer. Existem análises que consideram a dobrada Serra/Aécio uma chapa invencível, mesmo levando em consideração o apoio do Presidente Lula a chapa governista que será encabeçada pela Ministra Dilma Roussef.

As coisas não são tão simples como imaginam os oposicionistas, nas últimas eleições para presidência, em 2002 e 2006, os resultados demonstram que o eleitorado brasileiro, de uma forma geral tem assumido comportamentos que levam a opções distintas no momento de decidir o voto, em relação a votação para a Presidência, Governos Estaduais, Senado, Deputados Federais e Estaduais.
Se o PSDB e aliados conseguem manter a hegemonia dos votos em São Paulo, o mesmo já não acontece nos outros dois maiores colégios eleitorais do Brasil; Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Mesmo assim, não podemos deixar de levar em consideração que é praticamente impossível que José Serra e seus estrategistas não tenham a leitura de como o eleitorado se comporta, nesse caso, a insistência na possibilidade da dobrada com Aécio se dá em função da busca pelo voto personalizado na figura do governador de Minas, que poderia representar um desequilíbrio na tendência dos resultados observada nas últimas eleições. Seria uma forma de buscar um equilíbrio na disputa visto que a candidatura governista da Ministra Dilma Roussef conta com o apoio muito forte, principalmente do Presidente Lula que chega a 80% do eleitorado brasileiro. Se Aécio fosse presença certa na chapa oposicionista, mesmo que na condição de coadjuvante, imaginam os oposicionistas que a popularidade do Governador mineiro, associada aos 37% de intenções estimuladas de votos que Serra tem em todo Brasil poderia contrabalançar a popularidade do Presidente Lula e a aprovação de seu governo pela maioria dos eleitores brasileiros.

Como vocês podem observar, no raciocínio da oposição, principalmente dos tucanos, a tendência da opinião pública do eleitorado brasileiro se movimenta de forma automática. O que presume que a possibilidade das análises críticas esta presente somente em uma parcela muito pequena da sociedade brasileira, ou seja, os estrategistas da oposição contam com a tão decantada “memória curta” do eleitor brasileiro para tentar confundir a cabeça deles e ganhar a eleição presidencial do ano que vem.

Essa estratégia da oposição pôde ser confirmada na tentativa de forçar a barra no sentido de criar climas de descrédito e enfraquecimento em relação à candidatura apoiada pelo Palácio do Planalto que esta em curso desde a metade de 2009 quando a mídia, digo o PIG, tentou difundir na opinião pública dois factóides:

Descrédito na capacidade do Presidente Lula de transferir seu prestígio para sua candidata Dilma Roussef difundido por ninguém menos que o próprio Montenegro, principal diretor do IBOPE;

Cooptar Ciro Gomes, também bem posicionado nas intenções estimuladas de votos para a Presidência da República, para o campo da oposição ou de uma possível terceira via com o intuito de dividir o bloco governista;

Fatos recentes demonstram que esta estratégia da oposição não obteve o retorno desejado, principalmente pelo núcleo de poder da candidatura José Serra, governador de São Paulo, exatamente porque as coisas não aconteceram como o desejado inicialmente; Aécio Neves não aceita ser candidato a vice de Serra (pelo menos até o momento), pesquisas de opinião pública demonstram que a transferência de votos do Presidente Lula para sua candidata é um fato concreto, podendo já em algumas simulações representar 30% do eleitorado brasileiro de forma espontânea e Ciro Gomes apesar de manter candidatura a presidência, em nenhum momento deu sinais de que sua lealdade ao Presidente Lula foi posta de lado, muito pelo contrário, todas suas ações apontam no sentido de que ela existe e é um fato concreto inabalável.

Flávio Luiz Sartori – flavioluiz.sartori@gmail.com

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