sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

NOTÍCIA NO UOL: CRÍTICA DE UM SETOR DA CNBB DE SÃO PAULO AO GOVERNO LULA NÃO REPRESENTA O PENSAMENTO DA MAIORIA DOS CATÓLICOS BRASILEIROS

A Igreja Católica com o passar dos anos foi cada vez mais se confrontando com um grande dilema; se desde de sua origem quanto instituição ela sempre esteve ao lado de quem detinha o poder, salvo algumas exceções, por outro lado a própria condição de ser a principal representante do cristianismo, uma religião que nasceu da figura de Jesus Cristo, que pregava que seria mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico ir ao reino dos céus sempre a colocou na condição de nunca deixar de olhar pelos pobres, não precisamos forçar muito o raciocínio para para se lembrar de figuras, como por exemplo, São Francisco de Assis, Madre Tereza de Calcutá e Irmã Dulce, esta aqui no Brasil.

Foi exatamente esta contradição que deu origem a movimentos inclusive teológicos, dentre eles o principal, a Teologia da Libertação, que resgatava o figura do Cristo comprometido também com a libertação dos homens de todos os tipos de opressão aqui no nosso plano terrestre.

Porém, isso não impediu que a maioria da cúpula da Igreja Católica continuasse comprometida com várias formas de poder, inclusive alguns opressivos existentes no planeta. Uma dessas formas de comprometimento esta representada na existência de organizações católicas, como por exemplo, a Opus Dei a partir da Europa e a Tradição Família e Propriedade, a TFP, aqui no Brasil. Todas elas comprometidas historicamente com movimentos políticos de direita, como por exemplo, o facismo e o franquismo, este na Espanha.

Creio que em um regime democrático todas as organizações e instituições tem o direito de defender suas idéias e acredito que quando assumem essa postura ao divulgar um panfleto, aliás como fez Comissão Regional em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que associa a figura do Presidente Lula a de Herodes, que ordenou o extermínio de todas as crianças menores de dois anos em Belém, na Judeia, para não perder seu trono àquele anunciado como o recém-nascido rei dos judeus, em uma crítica ao Plano de Direitos Humanos, em especifico a questão do aborto, um setor da Igreja Católica esta sim inserindo politicamente no processo do debate e dessa forma também esta se colocando na condição de ser contestado, inclusive ideologicamente, sempre de acordo com as leis da democracia e da pluralidade laica vigentes na legalidade brasileira.

Na minha opinião, a Igreja Católica continua sendo uma instituição que convive com suas profundas contradições e o pensamento dos signatários do panfleto não reflete o pensamento de todos católicos do Brasil, cerca de 65% da população brasileira, cuja maioria certamente esta entre os 80% de eleitores cidadãos que aprovam o Governo Lula.

Flávio Luiz Sartori - flavioluiz.sartori@gmail.com

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