COMO EXPRESSAR SENTIMENTOS EM RELAÇÃO AO HAITI E SUA TRAJÉDIA? SÓ COM DOR (INEVITÁVEL), MÚSICA E MUITA ESPERANÇA EM UM FUTURO MELHOR PARA NOSSOS IRMÃOS HAITIANOS...
Em 2000 o texano Win Butler foi para o Canadá, lá encontrou Régine Chassagne numa performance jazzística na Universidade de Concórdia no Verão de 2003. A família de Régine tinha abandonado o Haiti na época da terrível ditadura de François Duvalier, primeiro passaram pelo EUA e depois se estabeleceram no Canadá. inicialmente Butler e Règine formaram uma dupla, depois paulatinamente outros músicos foram sendo incorporados ao grupo até de se tornarem o quinteto Arcade Fire.
Antes de optar pelo som do Árcade Fire com o Haiti como referência, o que não podia deixar de ser devido a origem da banda tentei achar Haiti de Caetano e Gil, mas as versões que estão no Youtube não tem qualidade, então optei por este vídeo do Árcade Fire para expressar um sentimento de dor e também de esperança no futuro dos haitianos.
A dor é uma constante na vida dos haitianos?
Pela letra da música Haiti da banda canadense sim, mas ela também pode ser lida como uma forma de desabafo:
Haiti - Letra traduzida
Haiti, país meu.
Mãe ferida que eu nunca verei.
Minha família me libertou.
Atire minhas cinzas ao mar.
Meus primos que nunca nasceram assombram as noites de Duvalier.
Nada para nossos espíritos.
Armas não pueden matar o que soldados não conseguem ver.
Estamos escondidos na floresta.
Covas sem identificação onde flores nascem.
Escute os soldados berrando.
Para o rio nós iremos.
Todos os natimortos formam um exército.
Em breve nós vamos recuperar a Terra.
Todas as lágrimas e corpos
acarretam nosso renascimento.
Haiti, nunca livre, não tenha medo de soar o sino.
Suas crianças se foram.
Naqueles dias o sangue delas ainda estava quente.
Depois dessa reveladora poesia ouçam esta bela canção e prestem atenção no vídeo:
O vídeo revela o sorriso dos haitianos, mesmo na visível pobreza e injustiça imposta a eles por seguidos governos infames. Os haitianos sorriem a passam para nós um otimismo só visto aqui no Brasil, mesmo nos nossos piores momentos.
Então, não resta outra alternativa senão acreditar no futuro do Haiti e dizer com toda franqueza: Os haitianos só podem ser irmão dos brasileiros.
Flávio Luiz Sartori - flavioluiz.sartori@gmail.com
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