quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

CHILE: PESQUISA REVELA EMPATE TÉCNICO ENTRE OS CANDIDATOS A PRESIDÊNCIA


Piñera e Frei no último debate: Pesquisa foi realizada antes do debate.

A direita brasileira, digo a oposição e o PIG, aguardam com ansiedade o resultado da eleição presidencial do Chile no próximo domingo, dia 17 apostando suas fichas na vitória do candidato de direita Sebastián Piñera que venceu o primeiro turno das eleições chilenas no último dia 13 de Dezembro de 2009.

Na realidade, tanto para oposição quanto para o PIG, criar fatos políticos contra o Governo Lula esta ficando cada vez mais difícil, não que faltem fatos, o que falta mesmo é credibilidade nos fatos criados pela oposição com ajuda do PIG diante da opinião pública brasileira nos últimos meses e a vitória de um candidato oposicionista de direita no Chile daria fôlego ao argumento de que presidentes populares, como por exemplo, Lula no Brasil e Michelle Bachelet no Chile que tem mais de 70% de aprovação popular, não teriam condições de transferir todo o prestígio que tem para candidatos apoiados por eles.

É fundamental lembrar que a direita ideológica no Chile tem um histórico de apoio popular muito maior que no Brasil, mesmo com as vitórias da articulação de centro esquerda que governa o Chile desde o fim da ditadura Pinochet, a direita chilena sempre se manteve forte.

Porém, não se deve desprezar a realidade de que as forças políticas de centro esquerda chilenas possuem um histórico de apoio popular muito forte, o que é comprovado pelo fato de que governam o Chile desde a redemocratização do país em 1989. Imaginar que o fato de Piñera ter conseguido 44% de votos no primeiro turno contra 29,6% de Eduardo Frei, candidato governista, enquanto que candidato independente Marco Enríquez-Ominami ficou na terceira colocação, com 20,1% dos votos e o candidato comunista Jorge Arrate ficou com 6,2%, garantiria uma vitória tranqüila da direita no segundo turno seria uma precipitação.

Pesquisa realizada entre os dias 01 e 09 de Janeiro de 2010 demonstra que o candidato governista Frei cresce de uma forma muito mais rápida e consistente do que o candidato de oposição Piñera. De acordo com a pesquisa realizada pela empresa Equipos Mori, a mesma que acertou que Mojica seria eleito presidente do Uruguai no final de 2009, Piñera tem 40,8% de intenções de voto e Eduardo Frei tem 39,4% de intenções de voto, sendo que a empresa Mori não informou quantos seriam os indecisos e os que estariam pensando em votar em branco ou anular os votos dos 19,2% que não declararam voto em nenhum dos candidatos. A pesquisa mostra que em relação aos votos válidos, Piñera teria 50,9% de intenções de votos e Eduardo Frei 49,1%. Nesse caso a diferença entre os dois candidatos seria de 1,8 pontos configurando um empate técnico entre ambos porque a margem de erro da pesquisa é de 3 pontos, de acordo com a empresa Equipos Mori. Foram entrevistadas 1.200 pessoas.

O fato das noticias sobre a pesquisa, cujas fontes foram, a agência Reuters/La Segunda Online e o jornal la Nacion on line, não terem esclarecido a divisão entre indecisos e intenções de votos em branco e nulos dos 19,2% impede uma estimativa de como poderiam se comportar os chilenos que nas datas das entrevistas da pesquisa responderam ainda estarem indecisos. O resultado da pesquisa demonstra que a maioria dos votos do candidato independente (20,1%) e do candidato comunista (6,2%) migraram para a candidatura de Eduardo Frei.


Mesmo que Piñeda vença, talvez seja por uma diferença ínfima. No entanto, de hoje até domingo, dia 17, a direita chilena e a brasileira junto com o PIG, que estão na torcida por Piñera, não poderão contar vitória, principalmente depois do candidato independente Marco Enríquez-Ominami que vacilava em apoiar Eduardo Freire ter finalmente declarado, hoje, apoio a Freire com fortes críticas a direita chilena.

Flávio Luiz Sartori – flavioluiz.sartori@gmail.com

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