terça-feira, 10 de novembro de 2009

VALE A PENA ASSISTIR 12 MULHERES (ENTREVISTADAS POR MARIA CÂNDIDA) NA RECORD, DEPOIS DA MEIA NOITE, DE SÁBADO PARA DOMINGO

O Programa 12 Mulheres é uma idéia interessante, é olhar das mulheres sobre a sociedade na qual elas estão inseridas em uma perspectiva que parte do país onde elas são entrevistadas para o mundo globalizado atual.
Comecei e me interessar pela visão feminina sobre a realidade quando li por indicação de uma amiga, a Dione, que hoje prefere ser chamada de Lila (um dia escrevo mais sobre ela), o livro As Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley, no livro a saga do Rei Arthur é narrada pela ótica das mulheres, em especifico pelos personagens Guinevere, esposa do rei Arthur e Morgana, irmã do rei Arthur e descrita tradicionalmente como feiticeira e bruxa, mas que na versão de Marion é apenas uma mulher chamada de Morgana das Fadas.

Voltando as 12 Mulheres. Primeiro vou escrever a respeito da Maria Cândida, a repórter que apresenta o programa. Depois da experiência como apresentadora em programas da tarde na mesma Record, Maria Cândida parece ter se reencontrado o caminho. Nos programas da tarde ela estava presa à necessidade de cumprir uma meta de audiência.
Nas entrevistas com as mulheres Maria Cândida interage com as mulheres entrevistadas, cria um clima e a entrevista acaba não sendo uma entrevista propriamente dita, é uma conversa entre mulheres que parecem ser amigas há muito tempo. As entrevistadas abrem o coração, falam de suas experiências no relacionamento social que a condição social delas obriga no dia a dia sem restrições.
São conversas curtas de aproximadamente 3 minutos (o programa dura um pouco mais que meia hora) que conseguem revelar sempre a história de vida de cada uma dessas mulheres de acordo com a origem de classe delas.
Na medida em que as 12 mulheres vão sendo entrevistadas, um verdadeiro quebra cabeça que representa a pluralidade cultural da sociedade do país onde as entrevistas são realizadas, vai sendo montado.

No último sábado, as entrevistadas foram mulheres da Tailândia. O mosaico de entrevistadas foi formado por donas de casa, empresárias, empregadas domésticas, médicas, políticas, enfim mulheres de todas classes sociais.
Através das entrevistas, pelo olhar feminino, observei uma Tailândia diferente daquela que a gente conhece pelo que esta na mídia e nos livros. Ali estava uma Tailândia humana, com suas tradições próprias, no relato de mulheres lutadoras, mães e trabalhadoras, aliás, como em qualquer lugar do mundo.

Enfim, alem da beleza de todas as tailandesas entrevistadas, do lado doce e humano, não esquecendo do excelente trabalho da Maria Cândida de interagir com as mulheres transformando uma entrevista em uma conversa que pode ser chamada até de íntima, ficou a imagem marcante de duas mulheres tailandesas:

A costureira que confessou que para ela trabalhar tem um lado bom e um lado ruim; o bom é que ela ganha dinheiro para seus gastos e o ruim é que não sobra muito tempo para ela se dedicar à família e as tradições.

A segunda foi uma mulher, que é membro do parlamento tailandês e inclusive foi policial que confessou que iniciou um trabalho social quando encontrou uma garota de 11 anos em um abrigo que tinha sido estuprada por pelo padrasto. Hoje ela participa de uma organização que se dedica a dar apoio as mulheres que não tem as denúncias que fazem por maus tratos encaminhadas pelas autoridades. O trabalho da organização é cobrar as autoridades. Disse ela, que se necessário, chefes e delegados de policia, secretários e até ministros são cobrados.
Mas o que me marcou mesmo na entrevista dessa mulher, que se dedica à política na Tailândia foi uma frase emblemática, ela disse: “Não podemos ter medo, se tivermos medo desistimos e nada acontece”.

Quando puderem assistam Maria Cândida e as 12 Mulheres no sábado antes de dormir e aprendem muito com as mulheres do mundo. Sábado ou na madrugada do Domingo que vem, de 14 para 15 de Novembro durmam um pouco mais tarde depois da conversa da Maria Cândida com as mulheres da França, vale a pena.

Flávio Luiz Sartori – flavioluiz.sartori@gmail.com

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