domingo, 4 de outubro de 2009

ANALISES ENGANADORAS TAMBÉM FAZEM PARTE DA ESTRATÉGIA NO PERÍODO QUE ANTECEDE A DISPUTA PRESIDENCIAL DE 2010

Até Fernando Mitre, editor chefe de jornalismo da Band apareceu para reafirmar que a estratégia do Presidente Lula de ter um candidato único à Presidência da República da base política de sustentação do governo contra a possível candidatura do atual Governador de São Paulo, em uma eleição presidencial plebiscitária, fracassou. Comportamentos como estes explicam o porque das últimas pesquisas do Sensus e do IBOPE.
Mas será que nessa altura do campeonato já é possível afirmar que teremos um quadro de disputa no ano que vem com cinco candidaturas a Presidência da República, com médias de 8% a 35% de intenções de votos em todas pesquisas e que, por isso mesmo, a polarização entre dois candidatos a presidência como pretenderia o Presidente Lula não ira acontecer?

Aqui no Brasil ainda vivemos a realidade de que quando veículos de mídia ou de influência na mesma, como por exemplo, os mais badalados; jornais escritos, redes de televisão, sites revistas e institutos de pesquisa decidem em conjunto defender uma tese costumam fazer um bloco, todos praticamente emitindo a mesma opinião ao mesmo tempo. Assim tem acontecido desde de a divulgação das ultimas pesquisas com as analises, principalmente na Band do Boris Casoy e do Fernando Mitre.
No entanto, permito-me discordar deles e fazer a leitura oposta.

Inicialmente é fundamental prestar a atenção em um detalhe sem muito destaque na imprensa, principalmente no PIG (adotei o termo criado por Paulo Henrique Amorim e os internautas do seu site porque querer usar outra denominação é tentar inventar a roda de novo) sobre a transferência do domicilio eleitoral do Deputado Federal Ciro Gomes do Estado do Ceará para o Estado de São Paulo. Desde o início afirmei que Ciro Gomes é leal ao Presidente Lula e o ato de transferência do titulo eleitoral foi uma prova inconteste dessa lealdade.

Restam então as duas outras pré-candidaturas, da ex-senadora Heloisa Helena pelo PSOL e da atual Senadora Marina Silva pelo PV.

O PSOL é um racha do PT à esquerda, portanto pode ser crítico, mas sempre será na perspectiva de um PT posicionado à direita com posições tímidas em relação a um projeto socialista com reformas que precisariam ser aprofundadas. Se o PSOL surgiu para ser uma opção à esquerda obviamente que esta mais distante da oposição política do PSDB e DEM do que do próprio PT. Em todas pesquisas a analise dos votos do eleitorado do PSOL, em um segundo turno sempre caminha, inclusive ideologicamente, em sua maioria para o PT.

A ida da senadora Marina Silva do PT para o PV, badalada pela mídia como a grande novidade para a eleição presidencial do ano que vem pode ser na realidade um grande erro da Senadora, que se tivesse permanecido no PT com o prestígio que tinha lá como militante dirigente com postura ética poderia influenciar muito mais internamente do que de fora poderá tentar como referencia de um possível racha no PT.
A pergunta que fica no ar é de onde analistas tiram a idéia de que Marina Silva poderá tirar votos de Dilma Roussef.
Dilma é candidata do PT e seu cabo eleitoral é o Presidente Lula que, caso pudesse disputar um terceiro mandato, praticamente estaria eleito.
Para disputar a eleição presidencial Marina tem sua duas alternativas; Se quiser não ser oposição direta e disputar os votos do bloco ideológico do governo sua campanha será diluída pela campanha de Dilma, isso acontecerá durante a campanha eleitoral de fato, principalmente na TV, afinal se ela não é contra o governo porque então saiu candidata. Se for para a oposição deverá disputar votos no campo ideológico do PSDB e do DEM, terá que bater de frente com o governo. Nesse caso sua figura política se diluirá em meio a polarização.
Para Marina, se não romper com sua origem governista o “bicho come”, se correr para a oposição o “bicho pega”, se ficar em cima do muro entre essas duas alternativas não ganha votos. A melhor saída é não se candidatar à presidência e continuar no Senado.

Quem viver verá e isso só poderá ser constatado na reta final da campanha presidencial. Até lá a maioria da mídia e do PIG irão fantasiar a vontade.

Flávio Luiz Sartori – flavioluiz.sartori@gmail.com

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