segunda-feira, 24 de agosto de 2009

CONTINUAM OS NUMEROS CONTRADITÓRIOS...

Dando prosseguimento a analise das pesquisas publicadas pelo Data Folha no fim de semana passado (15 e 16 de Agosto), continuei analisando os números, porem com prioridade para as cotas de entrevistados em detrimento dos resultados, afinal, porque falar deles se a analise da questão das cotas por escolaridade diante dos números colocados, se tornaram mais importantes. Garanto que quando acessei os resultados nos relatórios da Data Folha jamais imaginei que encontraria as diferenças que encontrei entre os números das cotas usadas por eles e os números exatos da estratificação do eleitorado disponíveis no site do TSE.

Desta vez foquei minha analise nos números das pesquisas por temas nacionais realizadas pelo Data Folha com os seguintes assuntos: Avaliação do Congresso Nacional, Avaliação do Presidente do Senado José Sarney, Avaliação do Presidente Lula, Avaliação dos efeitos da crise mundial perante a opinião pública, Avaliação dos efeitos da Lei Anti Fumo no Estado de São Paulo, Intenção de Votos para Presidência da Republica.
Em todos relatórios com os assuntos abordados acima a amostragem total de entrevistados foi a mesma com 4.100 entrevistados em todo Brasil, logicamente que a primeira analise que fiz foi sobre as cotas de entrevistados por escolaridade e a primeira constatação foi a de que elas foram as mesmas para todos os seis assuntos abordados, então o próximo passo foi a comparar com os números reais do TSE.

Desta vez comecei pelos números do TSE, de acordo com as estatísticas da Justiça eleitoras o quadro em relação ao eleitorado brasileiro nas cotas por escolaridade é o seguinte:

Com Superior Incompleto (2,6%) e Superior Completo (3,6%) o total de eleitores que conseguiram chegar ao nível superior de escolaridade, ou seja, as faculdades e universidades é 6,2% de eleitores em todo Brasil.

Com Ensino Médio Incompleto(18,26%) e Ensino Médio Completo (12,45) o total de eleitores que cursaram até os também chamados de antigos segundo grau e colegial é 30,71% em todo Brasil.

Com o atualmente chamado Ensino Fundamental Incompleto (33,79%), Ensino Fundamental Completo (7,73%) e os que apenas aprenderam a ler e escrever (15,32%), lembrando que nesta classificação estão incluídos os que freqüentaram o antigo Primeiro Grau. O total de eleitores brasileiros que foram a escola somente até o atual Ensino Fundamental é 56,84%.

Também fazem parte da estatística 6,13% de Analfabetos e 0,12% que não informaram a escolaridade.

São números bem diferentes dos da cidade de São Paulo que estão no texto postado antes deste, eles representam o desequilíbrio existente na política educacional em todo Brasil.

Para as pesquisas nacionais citadas neste texto o Data Folha usou as seguintes cotas de entrevistados em números divulgados nos relatórios que estão no site do próprio Data Folha:

Entrevistados com Ensino Superior, 584 pessoas, 14,25% de 4.100 entrevistas.

Entrevistados com Ensino Médio, 1.814 pessoas, 44,28% de 4.100 entrevistas.

Entrevistados com Ensino Fundamental, 1.699 pessoas, 41,47% de 4.100 entrevistas.

Conclusão, no item Ensino Superior a diferença entre 6,2% do TSE e 14,25% da cota do Data Folha é de 8,05% pontos para mais, portanto maior que os próprios números do TSE. No item Ensino Médio a diferença entre 30,71% do TSE e 44,47% na cota do Data Folha é 13,76% pontos para mais. No item Ensino Fundamental a diferença entre os números do TSE, 56,84% e a cota do Data Folha de 41,47% foi de 15,37% pontos para menos. Existem ainda os 6,13% de Analfabetos nos números do TSE que não podem ser desprezados.
Essas diferenças certamente provocam diferenças nos números finais da pesquisa, são números de pura matemática e dados que estão disponíveis para qualquer cidadão no site do TSE. São diferenças tão gritantes que chego até a duvidar dos números do TSE.

Ia esquecendo, seria bom se o Vox Populi e a TV Bandeirantes, que também fizeram parte de todas as noticias sobre pesquisas contraditórias nas ultimas semanas, também disponibilizassem seus relatórios para o público assim como fez o Data Folha.

Flávio Luiz Sartori – E mail:
flavioluiz.sartori@gmail.com

Um comentário:

  1. O Vox Populi embaralhou tudo

    Pesquisa divulgada ontem na TV Bandeirantes contradisse frontalmente o Datafolha. Agora as acusações de fraude ganharam alguma solidez. A diferença nos números supera as margens de erro e é muito grande para ter sido provocada apenas por especificidades na preparação dos levantamentos.
    O cenário do Vox Populi renova as chances de Dilma Rousseff, relativiza a influência de Ciro Gomes e indica a inevitabilidade de um segundo turno, qualquer que seja o quadro de candidatos – de modo chocante, são conclusões quase opostas às sugeridas pelo Datafolha. E, novamente, as lacunas falam por si: não houve gráfico mostrando as curvas de José Serra (descendente) e Dilma (ascendente), nem projeção de segundo turno ou (por que será?) uma amostragem da rejeição espontânea do eleitor.
    As próximas pesquisas serão importantes para medir até onde o grupo Folha está disposto a mergulhar para influenciar as eleições vindouras. Houve a planilha de gastos do casal FHC, depois a ficha falsificada contra Dilma e atualmente essa lamentável, patética orquestração para atingi-la através de uma ex-funcionária ressentida e flagrantemente mentirosa. Caso insistam no equívoco e se dediquem a inventar realidades virtuais, instituto e grupo jornalístico vaporizarão a pouca credibilidade restante. E me pergunto: valerá a pena?

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