quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

FELIZ 2010 PARA TODOS BLOGUEIROS E SEGUIDORES DOS BLOGS DO BRASIL COM A BELA CANÇÃO DE GONZAGUINHA: O QUE É O QUE É?

Gonzaguinha, filho do eterno Luiz Gonzaga, o "Rei do Baião" presenteou todos nós brasileiros com belas canções durante sua breve carreira de interprete e compositor, terminada em 1991 quando foi vítima fatal em um acidente de automóvel no interior do Paraná.

Dentre suas canções "O que é o que?" sintetiza de maneira bem clara o que nós brasileiros devemos pensar no final de 2009; alegria, alegria porque o certo é viver e não ter a vergonha de ser feliz com muitas graças a Deus. Obrigado.

Antes da passagem do ano novo para 2010 ouçam e versão original do próprio Gonzaguinha:




Depois da passagem do ano novo, ouçam a outra versão da mesma música na incomparável voz de Zé Ramalho, já em 2010, agora com a pretensão de uma reflexão sobre o futuro:




Gostaram???? FELIZ ANO NOVO.....

Flávio Luiz Sartori - flavioluiz.sartori@gmail.com

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

PROPAGANDA INSTITUCIONAL DO GOVERNO DE SÃO PAULO E APOIO DE EMPRESAS DE COMUNICAÇÃO SÃO PARTES DA ESTRATEGIA ELEITORAL DE JOSÉ SERRA PARA 2010

A ofensiva do Governo de São Paulo em propagandas institucionais de forma massiva agora no final de 2009, um ano que antecede a uma eleição nacional, não é novidade, outros governos, inclusive tucanos, já se utilizaram dessa estratégia. Orestes Quércia no final de seu mandato de Governador de São Paulo de 1989 para 1990 usou esta estratégia de forma farta. Mario Covas e Alckimin também usaram, mas não de forma tão incisiva como Serra faz neste final de 2009.

O que esta em jogo não é a propaganda propriamente dita, mas a forma como ela é veiculada, com direcionamento proposital para um sentido personalista do governante na ênfase das obras demonstradas.

As repetições são tantas que acabam se transformando em uma verdadeira lavagem cerebral, principalmente nos momentos de maior concentração das veiculações no horário nobre da noite.

Aqui em São Paulo como já analisei no texto PARA ESTAREM NO PODER DESDE 1994, TUCANOS CONTAM COM UMA VERDADEIRA REDE EMISSORAS DE TV, JORNAIS ESCRITOS E RÁDIOS EM TODO ESTADO DE SÃO PAULO blogado em 23 de Novembro de 2009, o PIG tem uma rede de emissoras de rádio e de televisão além de jornais escritos espalhados por todo o estado.

São empresas de comunicação pertencentes a grupos econômicos oriundos das oligarquias que sempre governaram o Brasil até 2002 e que estão no poder no Estado de São Paulo, que formam uma verdadeira rede de comunicação que esta em constante campanha política contra as forças políticas que fazem parte da aliança de partidos que apóiam o Governo do Presidente Lula ao mesmo em que apóiam abertamente o Governo de São Paulo e prefeituras de municípios que são governados pelo PSDB, pelo DEM (antigo PFL) e outros partidos aliados.

Se analisarmos, procurando a essência além da aparência notaremos que o pacote de propagandas, principalmente no rádio e na televisão, do Governo de São Paulo neste final de 2009 tem dois focos muito bem definidos; as estradas paulistas e o Rodoanel da Região Metropolitana da Cidade de São Paulo.

São pontos cruciais para se medir a atuação da gestão Serra em São Paulo:

Em relação às estradas paulistas o que está em jogo não é a qualidade delas é a quantidade de pedágios implantados nos últimos meses, Campinas, por exemplo, ficou cercada de pedágios e o alto preço cobrado pelas concessionárias dos motoristas.

Já em relação ao Rodoanel existem as denuncias de corrupção, que apesar dos entraves colocados pela administração Serra, prosseguem sendo investigadas e as investigações em relação a queda de uma ponte recém construída e nem utilizada ainda.

São dois pontos que certamente já despertam muitas desconfiança junto à opinião pública do eleitorado paulista e que certamente serão debatidos na eleição para o Governo de São Paulo em 2010.

Ao explorar estes pontos com ênfase na propaganda oficial do governo exaltado a qualidade dos serviços prestados nas estradas paulistas e a importância do Rodoanel, a gestão Serra esta tentando criar uma imagem positiva em relação a dois pontos que certamente são considerados negativos atualmente para o Governo de São Paulo.

Contando com essa propaganda institucional massiva e com o apoio da maioria das empresas de comunicação de todo Estado de São Paulo, Serra espera ter a seu favor uma imagem positiva fortalecida para disputar a eleição presidencial de 2010.

Nossa função, nesse caso, mesmo que seja comparada a uma luta de Davi contra Golias, é denunciar e esclarecer a opinião pública sobre a manipulação em curso.


Flávio Luiz Sartori - flavioluiz.sartori@gmail.com


segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

"NOVELA LITERÁRIA" NO BLOG, DO CLÁSSICO "A HISTÓRIA UNIVERSAL DA INFÂMIA" DE JORGE LUIS BORGES - VI CONTO: ASSASSINO DESINTERESSADO BILL HARRIGAN

Neste fantástico conto Jorge Luis Borges traça um perfil bem diferente daqueles que costumamos ver nas estórias de cinema de Billy The Kid, o lendário bandido americano, que era conhecido pela habilidade e pela astúcia, adjetivos que contribuíram para sua imagem paradoxal de um bandido conhecido e amado herói. (lado direito: imagem de Billy The Kid na wikipedia)


O conto: O ASSASSINO DESINTERESSADO BILL HARRIGAN A imagem das terras do Arizona, antes de qualquer outra imagem: a imagem das terras do Arizona e do Novo México, terras com ilustre fundamento de ouro e de prata, terras vertiginosas e aéreas, terras da meseta monumental e das delicadas cores, terras com o esplendor branco de esqueleto descarnado pelos pássaros. Nessas terras, outra imagem, a de Billy the Kid: o cavaleiro fixo sobre a montaria, o jovem dos duros tiroteios que aturdem o deserto, o emissor de balas invisíveis que matam à distância, como um feitiço.O deserto encordoado de metais, árido e reluzente. O quase menino que, ao morrer aos vinte e um anos, devia à justiça vinte e uma mortes – "sem contar mexicanos".

O ESTADO LARVAR Por volta de 1859, o homem que, para o terror e a glória, seria Billy the Kid, nasceu num cortiço subterrâneo de Nova York. Dizem que o pariu um fatigado ventre irlandês, mas que se criou entre negros. Nesse caos de catinga e carapinhas, gozou do primado que concedem as sardas e uma melena avermelhada. Praticava o orgulho de ser branco; também era mirrado, bravio, soez. Aos doze anos, militou na quadrilha dos Swamp Angels (Anjos do Pântano), divindades que operavam nas cloacas. Em noites cheirando a névoa queimada, emergiam daquele fétido labirinto, seguiam o rumo de algum marinheiro alemão, desmoronavam-no com uma bordoada, despojavam-no até da roupa de baixo e se entregavam em seguida à outra imundície. Comandava-os um negro encanecido, Gas Houser Jonas, também famoso como envenenador de cavalos.Às vezes, da janela da água-furtada de alguma casa corcunda perto da água, uma mulher virava sobre a cabeça de um transeunte um balde de cinza. O homem se agitava e se afogava. Em seguida, os Anjos do Pântano pululavam sobre ele, arrebatavam-no pela boca de um porão e saqueavam-no.Tais foram os anos de aprendizagem de Bill Harrigan, o futuro Billy the Kid. Não desdenhava as ficções teatrais: gostava de assistir (talvez sem nenhum pressentimento de que eram símbolos e letras de seu destino) aos melodramas de cowboys.

GO WEST! Se os populosos teatros de Bowery (cujos freqüentadores vociferavam "Levantem o trapo!" à menor falta de pontualidade da cortina) eram abundantes nesses melodramas de cavaleiros e balaços, a facílima razão disso é que a América então sofria a atração do Oeste. Além do poente estava o ouro de Nevada e da Califórnia. Além dos poentes estavam o machado demolidor de cedros, a enorme cara babilônica do bisão, a cartola e o numeroso leito do Brigham Young, as cerimônias e a ira do homem vermelho, o ar limpo dos desertos, a desmedida pradaria, a terra fundamental, cuja proximidade acelera o bater do coração como a proximidade do mar. O Oeste chamava. Um contínuo rumor compassado povoou esses anos: o de milhares de homens americanos ocupando o Oeste. Nessa progressão, por volta de 1872, estava o sempre serpejante Bill Harrigan fugindo de uma cela retangular.

DEMOLIÇÃO DE UM MEXICANO A História (que, à maneira de certo diretor cinematográfico, procede por imagens descontínuas) propõe agora a de uma arriscada taberna, isolada no todo-poderoso deserto como em alto-mar. O tempo, uma desordenada noite do ano de 1873; o exato lugar, a planície Parada (Novo México). A terra é quase sobrenaturalmente lisa, porém o céu de nuvens em desnível, com intervalos de tormenta e lua, está cheio de poços que se fissuram e de montanhas. Na terra há o crânio de uma vaca, ladridos e olhos de coiote na sombra, finos cavalos e a luz prolongada da taberna. Dentro, acotovelados no mesmo balcão, homens cansados e fornidos bebem um álcool pendenciador e fazem ostentação de grandes moedas de prata com uma serpente e uma águia. Um bêbado canta impassivelmente. Há quem fale um idioma com muitos esses, que tem de ser espanhol, pois os que o falam são desprezados. Bill Harrigan, rato avermelhado de cortiço, está entre os que bebem. Concluiu duas doses de aguardente e pensa pedir outra mais, talvez porque não lhe reste um centavo. Aniquilam-no, os homens daquele deserto. Vê-os tremendos, tempestuosos, felizes, odiosamente sábios no manejo do gado selvagem e de altos cavalos. De repente, faz-se um silêncio total, apenas ignorado pela desatinada voz do bêbado. Entrou um mexicano mais do que fornido, com cara de índia velha. Transborda num excessivo sombreiro e em duas pistolas laterais. Em duro inglês deseja as boas-noites a todos os gringos filhos de cadela que estão bebendo. Ninguém aceita o desafio. Bill pergunta quem é, e lhe sussurram temerosamente que é o Dago – o Díego -, Belisário Villagrán, de Chihuahua. Uma detonação reboa em seguida. Parapeitado por aquele cordão de homens altos, Bill disparou sobre o intruso. O copo cai da mão de Villagrán, depois todo o homem. Não precisa de outra bala. Sem dignar-se olhar para o luxuoso morto, Bill retoma a conversa: "Deveras? – diz."1– Pois eu sou Bill Harrigan, de Nova York". O bêbado continua cantando, insignificante.

Já se adivinha a apoteose. Bill concede apertos de mão e aceita adulações, urras e uísques. Alguém observa que não há marcas em seu revólver e lhe propõe gravar uma para significar a morte de Villagrán. Billy the Kid fica com a navalha desse alguém, mas diz "que não vale a pena anotar mexicanos". Só isto, contudo, não basta. Bill, essa noite, estende sua manta ao lado do cadáver e dorme até a aurora – ostentosamente.

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1 "Is that so?, he drawled."

MORTES PORQUE SIM

Dessa feliz detonação (aos catorze anos de idade) nasceu Billy the Kid, o Herói, e morreu o furtivo Bill Harrigan. O meninote da cloaca e das pedradas ascendeu a homem da fronteira. Fez-se cavaleiro, aprendeu a montar ereto no cavalo, à maneira de Wyoming ou do Texas, não com o corpo jogado para trás, ao modo do Oregon e da Califórnia. Não chegou nunca a se parecer, de todo, com sua lenda, porém, dela se aproximou bastante. Algo do cafajeste de Nova York perdurou no cowboy; dedicou aos mexicanos o ódio que antes lhe inspiravam os negros, porém as últimas palavras que disse foram em espanhol (palavrões). Aprendeu a arte vagabunda dos tropeiros. Aprendeu a outra, mais difícil, de comandar homens; ambas ajudaram-no a ser um ladrão eficaz de gado. Às vezes, as guitarras e os bordéis do México empolgavam-no.

Com a lucidez atroz da insônia, organizava populosas orgias que duravam quatro dias e quatro noites. Afinal, com asco, pagava a conta com balaços. Enquanto o dedo no gatilho não lhe falhou, foi o homem mais temido (e quiçá ninguém mais sozinho) dessa fronteira. Garrett, seu amigo, o xerife que o matou, disse-lhe certa vez: "Eu exercitei muito a pontaria matando búfalos". "Eu ainda mais, matando homens", replicou suavemente. Os pormenores são irrecuperáveis, porém sabemos que deveu até vinte e uma mortes – "sem contar mexicanos". Durante sete arriscadíssimos anos praticou esse luxo: a coragem.

Na noite de vinte e cinco de julho de 188O, Billy the Kid atravessou no galope de seu malhado a rua principal ou única, de Fort Sumner. O calor apertava e não haviam acendido os lampiões; o comissário Garrett, sentado em certa cadeira de balanço de um corredor, empunhou o revólver e disparou-lhe um balaço no ventre. O cavalo seguiu; o cavaleiro desaprumou-se na rua de terra. Garrett encaixou-lhe um segundo balaço. O lugarejo (sabendo que o ferido era Billy the Kid) fechou bem as janelas. A agonia foi longa e blasfematória. Já com o sol bem alto, acercaram-se dele e o desarmaram; o homem estava morto. Notaram-lhe o ar de objeto fora de uso que têm os defuntos.

Barbearam-no, embainharam-no em roupa feita e exibiram-no ao espanto e aos remoques na vitrina do melhor armazém.

Homens a cavalo ou em tílburi acudiram de léguas ao redor. No terceiro dia, tiveram de maquiá-lo. No quarto dia, enterraram-no com júbilo.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

FELIZ NATAL PARA TODOS BLOGUEIROS DO BRASIL QUE LUTAM PELA VERDADE

São os votos de Flavio Luiz Sartori e sua família para todos que levantaram a bandeira verdade.
Nossos blogs, nossa lula.

Em tempo de Natal, de crianças e de Brasil mais feliz, uma canção de Natal Brasileira
gravada originalmente pelo cantor João Dias em 1953, "O velhinho", um clássico natalino da MPB. A canção, composta por Otávio Filho também regravada por vários artistas, como a cantora Simone e Dominguinhos. Curtam ela e FELIZ NATAL.


quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

ANTES DE IR PARA O DESCANSO MERECIDO DA NOITE UM POUCO DE BOA MÚSICA E NOSTALGIA DOS NOVOS BAIANOS



Demais, boa noite gente......

Flávio Luiz Sartori

PREVISÕES DE MONTENEGRO DO IBOPE SOBRE O FUTURO DA CANDIDATURA DILMA ROUSSEF A PRESIDÊNCIA FEITAS EM AGOSTO DESTE ANO ESTAVAM ERRADAS

Recentemente, em Agosto deste ano, Carlos Alberto Montenegro, principal diretor do IBOPE saiu pela mídia do Brasil, principalmente o PIG, dizendo que o Presidente Lula não conseguiria transferir sua popularidade, hoje na casa dos 80% para sua candidata Dilma Roussef. Para Montenegro associar Dilma Roussef como mãe do PAC não era uma boa sacada, o ideal seria dizer que ela era filha do Lula.

Para o diretor do IBOPE Dilma atingiria seu teto nos 20% e não teria condições de subir mais, faltaria para Dilma o carisma do Presidente Lula, que na opinião emitida por Montenegro seria intransferível.

Dentre as teorias usadas por Montenegro, a mais estranha foi a de que a transferência de prestigio e de votos só acontece no eleitorado mais humilde e que esse fenômeno acontecia no Brasil quando não existia a reeleição, quando os eleitores achavam que quatro anos era pouco e queriam mais e por isso mesmo votavam em quem o governante bem avaliado indicava esperando mais quatro anos de sucesso.

Pois bem, nada como um dia atrás do outro para a verdade dos fatos comprovar que a analise de Montenegro era tendenciosa e também calcada em preconceito contra a população mais pobre do Brasil que esta em plena ascensão social, aliás, como comprovam os dados sobre a evolução econômica do Brasil nos últimos anos.

Montenegro se precipitou na ânsia de aproveitar o período em que a candidatura da Ministra Dilma Roussef a presidência estava sendo apresentada à população brasileira, ao tentar desqualificar Dilma e o prestígio do Presidente Lula perante a opinião pública do eleitorado brasileiro.

Os fatos comprovam que a forçada de barra de Montenegro não teve nenhuma influência na dinâmica de crescimento da candidatura Dilma Roussef, tanto é que o próprio Datafolha, que todos sabemos também é do PIG teve que admitir que Dilma Rousse tem potencial para crescer e até alcançar o próprio Serra, isto dito por Mauro Paulino, diretor geral do Datafolha.

O Datafolha também foi obrigado, diante da evidência dos fatos, a admitir que foi a capacidade de transferir votos do Presidente Lula que levou Dilma Roussef aos 23% de intenções de votos estimulados.

Isso sem contar o que já foi analisado aqui, que Dilma Roussef já é a primeira colocada nas intenções de votos espontâneas com 10%, quando o entrevistado é esclarecido que o Presidente Lula não poderá mais ser candidato.

O IBOPE cumpre o triste papel de sempre tentar manipular a opinião pública contra o interesse da maioria em favor da minoria que esteve no poder no Brasil até 2002.

A empresa cujo nome já chegou a ser associado a coisas bem aceitas pela opinião pública, na realidade sempre foi instrumento a favor dos poderosos, aliás, sempre associada à Rede Globo de Televisão.

Da mesma maneira em que o Sr. Montenegro tentou usar o pretenso prestígio de sua empresa, o IBOPE, para tentar influenciar nos destinos políticos do Brasil, nós profissionais de mídia e pesquisa, empresários, trabalhadores enfim a sociedade civil atuante temos por obrigação, cada vez mais, lançar nosso olhar de desconfiança sobre tudo que vier do IBOPE.

Isso deverá acontecer não por uma estreiteza política ou teimosia nossa, mas devido à conduta profissional do próprio Montenegro.


Flávio Luiz Sartori - flavioluiz.sartori@gmail.com

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

“NOVELA LITERÁRIA” NO BLOG: “A HISTÓRIA UNIVERSAL DA INFÂMIA” DE JORGE LUIS BORGES - V CONTO: O PROVEDOR DE INIQÜIDADES MONK EASTMAN

Disputa entre bandos armados por controle de regiões, quadrilhas, chefes de crime, o estado tentando retomar o controle, políticos associados ao crime...

Se alguém pensou que estamos falando do Brasil contemporâneo errou...Estamos falando de Nova Iorque, EUA, na virada do século XIX para o século XX, na visão de Jorge Luis Borges.....


OS DESTA AMÉRICA

Bem perfilados num fundo de paredes celestes ou de céu alto, dois compadritos, empertigados em séria roupa negra, dançam sobre sapatos de mulher uma dança gravíssima, que é a dos idênticos punhais, até que de uma orelha salte um cravo, porque o punhal penetrou em um homem, que encerra, com sua morte horizontal, a dança sem música. Resignado, o outro ajeita o chapéu e consagra a velhice à narração desse duelo tão limpo. Esta é a história detalhada e total de nossa má vida. A dos homens de briga de Nova York é mais vertiginosa e mais desastrada.

OS DA OUTRA

A história das quadrilhas de Nova York (revelada em 1928 por Herbert Asbury em um circunspecto volume de quatrocentas páginas em oitavo) possui a confusão e crueldade das cosmogonias bárbaras e muito de sua inépcia gigantesca: porões de antigas cervejarias habilitados para cortiços de negros, uma raquítica Nova York de três pavimentos; bandos de foragidos como os Anjos do Pântano (Swamp Angels) que perambulavam entre labirintos de cloacas; bandos de foragidos como os Daybreak Boys (Rapazes da Madrugada) que recrutavam assassinos precoces de dez e onze anos; gigantes solitários e descarados como os Ferozes Insolentes (Plug Uglies) que procuravam o inverossímil riso do próximo com uma firme cartola peluda e as vastas fraldas da camisa ondeadas pelo vento do subúrbio, mas com um garrote na direita e um revólver profundo; bandos de foragidos como os Coelhos Mortos (Dead Rabbits) que entravam na briga com a insígnia de um coelho morto num pau; homens como Johnny Dolan, o Dândi, famoso pelo topete azeitado sobre a fronte, pelas bengalas com cabeça de macaco e pelo fino instrumento de cobre que costumava calçar no polegar para esvaziar os olhos dos adversários; homens como Kit Burns, capaz de decapitar com uma única mordida um rato vivo; homens como Blind Danny Lyons, rapaz louro de imensos olhos mortos, rufião de três rameiras que circulavam com orgulho por ele, filas de casas de luz encarnadas como as dirigidas por sete irmãs de New England, que destinavam os lucros da noite de Natal à caridade; rinhas de ratos famélicos e de cães; casas de jogo chinesas; mulheres como a várias vezes viúva Red Norah, amada e ostentada por todos os homens que dirigiam o bando dos Gophers; mulheres como Lizzie the Dove, que pôs luto quando executaram Danny Lyons e morreu degolada por Gentle Maggie, que discutiu com ela a antiga paixão do homem morto e cego; motins, como o de uma semana selvagem de 1863, que incendiaram cem edifícios e por pouco não se assenhorearam da cidade; combates de rua nos quais o homem se perdia como no mar porque o pisoteavam até a morte; ladrões e envenenadores de cavalos como Yoske Nigger – tecem essa caótica história. Seu herói mais famoso é Edward Delaney, apelidado William Delaney, apelidado Joseph Marvin, apelidado Joseph Morris, também conhecido por Monk Eastman, chefe de mil e duzentos homens.

O HERÓI

Esses disfarces graduais (penosos como um baile de máscaras em que não se sabe bem quem é quem) omitem seu nome verdadeiro – se é que nos atrevemos a pensar que existe tal coisa no mundo. O certo é que no Registro Civil de Williamsburg, Brooklyn, o nome é Edward Ostermann, americanizado como Eastman depois. Coisa estranha, esse malfeitor tormentoso era hebreu. Filho de um dono de restaurante dos que anunciam Kosher, onde homens de rabínicas barbas podem assimilar sem perigo a carne dessangrada, três vezes limpa, de reses degoladas com retidão. Aos dezenove anos, por volta de 1892, abriu, com auxílio de seu pai, uma casa de pássaros. Perscrutar a vida dos animais, contemplar suas pequenas decisões e sua inescrutável inocência foi uma paixão que o acompanhou até o fim. Em ulteriores épocas de esplendor, quando recusava com desdém os charutos de folha dos sardentos sachems de Tammany ou visitava os melhores prostíbulos em um coche, antecipação de automóvel, que parecia o filho natural de uma gôndola, abriu um segundo e falso comércio, hospedando cem gatos finos e mais de quatrocentas pombas – que não estavam à venda para ninguém. Gostava deles individualmente e costumava passear a pé em seu distrito com um gato feliz no braço, e outros que o seguiam com ambição.

Ele era uma ruína monumental. O pescoço curto, como de touro, o peito inexpugnável, os braços pelejadores e compridos, o nariz quebrado, a cara, ainda que historiada com cicatrizes, menos importante que o corpo, as pernas arqueadas como de ginete ou de marinheiro. Podia prescindir de camisa como também de paletó, não de um chapéu de grandes abas sobre a cabeça ciclópica. Os homens cuidam de sua memória. Fisicamente, o pistoleiro convencional dos filmes é um arremedo seu, não do epiceno e balofo Capone. De Wolheim, dizem que o empregaram em Hollywood porque seus traços aludiam diretamente aos do deplorado Monk Eastman... Este costumava percorrer seu império foragido com uma pomba de plumagem azul no ombro, igual a um touro com um bem-te-vi no dorso.

Por volta de 1894, eram abundantes os salões de dança populares na cidade de Nova York. Eastman foi o encarregado de um deles, para manter a ordem. A lenda conta que o empresário não o quis atender e que Monk demonstrou sua capacidade demolindo com fragor o par de gigantes que detinha o emprego. Exerceu-o até 1899, temido e só.

Para cada pendenciador que serenava, fazia com a faca uma marca na maça brutal. Certa noite, uma calva resplandecente que reclinava sobre um bock de cerveja chamou-lhe a atenção, e a fez desmaiar com uma pancada. –"Faltava-me uma marca para cinqüenta!", exclamou depois.

O MANDO

Desde 1899, Eastman não era apenas famoso. Era o chefe eleitoral de uma zona importante, e cobrava fortes subsídios das casas de luz encarnada, das casas de jogo clandestinas, das mulheres de calçada, e dos ladrões desse feudo sórdido. Os comitês consultavam-no para organizar diretórios, e os particulares também. Eis aqui seus honorários: 15 dólares uma orelha arrancada, 19 uma perna quebrada, 25 um balaço na perna, 1OO o negócio completo. As vezes, para não perder o costume, Eastman executava pessoalmente uma encomenda.

Certa questão de limites (sutil e mal-humorada como as outras que posterga o direito internacional) colocou-o diante de Paul Kelly, famoso capitão de outro bando. Balaços e entreveres das patrulhas haviam determinado uma fronteira. Eastman atravessou-a num amanhecer e acometeram-no cinco homens. Com aqueles braços vertiginosos de macaco e com o cacetete fez rodar três, mas lhe acertaram duas balas no abdômen e abandonaram-no como se estivesse morto. Eastman segurou a ferida cálida com o polegar e o indicador e caminhou com andar bêbado até o hospital. A vida, a febre alta e a morte disputaram-no várias semanas, mas seus lábios não se rebaixaram a delatar pessoa alguma. Quando saiu, a guerra era um fato e floresceu em contínuos tiroteios até o dia dezenove de agosto de novecentos e três.

A BATALHA DE RIVINGTON

Uns cem heróis vagamente diferentes das fotografias que estarão desbotando nos prontuários, uns cem heróis saturados de fumaça de tabaco e de álcool, uns cem heróis de palheta com faixa colorida, uns cem heróis afetados, este mais do que aquele, por doenças vergonhosas, cáries, males das vias respiratórias ou dos rins, uns cem heróis tão insignificantes ou esplêndidos quanto os de Tróia ou de Junín deram-se a esse denegrido feito de armas, à sombra dos arcos do Elevated. A causa foi o tributo exigido pelos pistoleiros de Kelly ao empresário de uma casa de jogo, compadre de Monk Eastman. Um dos pistoleiros foi morto, e o tiroteio conseguinte aumentou a batalha de inúmeros revólveres. Protegidos pelos altos pilares, homens de queixo raspado disparavam silenciosos e eram o centro de um espavorido horizonte de automóveis de aluguel tripulados por impacientes reforços, com ameaçadora artilharia Colt à mão. O que teriam sentido os protagonistas dessa batalha? Primeiro (creio) a brutal convicção de que o estrépito insensato de cem revólveres iria aniquilá-los de imediato; segundo (creio) a não menos errônea certeza de que, se a descarga inicial não os derrubara, eram invulneráveis. O certo é que pelejaram com furor, protegidos pelas estruturas metálicas e pela noite. Duas vezes interveio a polícia e duas foi rechaçada. Ao primeiro vislumbre do amanhecer, o combate morreu, como se fora obsceno ou espectral. Sob os grandes arcos de engenharia ficaram sete feridos graves, quatro cadáveres e uma pomba morta.

OS RANGIDOS

Os políticos paroquiais, a cujo serviço estava Monk Eastman, sempre desmentiram publicamente que houvesse tais bandos ou explicavam que se tratavam de meras sociedades recreativas. A indiscreta batalha de Rivington alarmou-os. Tiveram entrevistas com os dois capitães para intimá-los à necessidade de uma trégua. Kelly (bom sabedor de que os políticos eram mais aptos que todos os revólveres Colt para entorpecer a ação policial) disse imediatamente que sim; Eastman (com a soberba de seu grande corpo de bruto) ansiava por mais detonações e mais refregas. Começou por recusar e tiveram de ameaçá-lo com a prisão. Afinal, os dois ilustres malfeitores conferenciaram num bar, cada um com um cigarro de palha na boca, a mão no revólver, e sua nuvem vigilante de pistoleiros ao redor. Chegaram a uma decisão muito americana: confiar a uma luta de boxe a disputa. Kelly era boxeador habilíssimo. O duelo realizou-se num galpão e foi excêntrico. Cento e quarenta espectadores viram-no entre sujeitos de chapéus torcidos e mulheres de frágil penteado monumental. Durou duas horas e terminou por completa extenuação. Na outra semana recomeçaram os tiroteios. Monk foi preso pela enésima vez. Os protetores se desinteressaram dele com alívio, o juiz vaticinou-lhe, com toda aparência de verdade, dez anos de cárcere.

EASTMAN CONTRA A ALEMANHA

Quando o ainda perplexo Monk saiu de Sing-Sing, os mil e duzentos foragidos de seu comando estavam debandados. Não soube juntá-los outra vez, e se resignou a operar por conta própria. No dia oito de setembro de 1917, promoveu uma desordem na via pública. Dia nove, resolveu participar de outra desordem, e se alistou em um Regimento de Infantaria.

Sabemos de vários aspectos de sua campanha. Sabemos que desaprovou com fervor a captura de prisioneiros e que certa vez (apenas com a culatra do fuzil) impediu essa prática deplorável. Sabemos que conseguiu fugir do hospital para voltar às trincheiras. Sabemos que se distinguiu nos combates próximos de Montfaucon. Sabemos que depois opinou que muitos bailaricos populares de Bowery eram mais terríveis que a guerra européia.

O MISTERIOSO, LÓGICO FIM

No dia vinte e cinco de dezembro de 192O, o corpo de Monk Eastman amanheceu em uma das ruas centrais de Nova York. Havia recebido cinco balaços. Desconhecedor feliz da morte, um gato dos mais ordinários rondava-o com certa perplexidade.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

FOLHA NÃO PUBLICOU QUE DILMA ROUSSF JÁ É A PRIMEIRA NA CORRIDADA PRESIDENCIAL NAS RESPOSTAS ESPONTÂNEAS DA PESQUISA DIVULGADA NO ÚLTIMO FIM DE SEMANA

Depois de tanto criticar e também apontar os erros metodológicos das principais empresas de pesquisa do Brasil que divulgam resultados sobre a intenção de votos para a eleição de 2010, finalmente meus apelos, ao que tudo indica tocaram em uma dessas empresas.

No caso estou me referindo ao Datafolha que na pesquisa anterior realizada em Agosto de 2009 já tinha entrevistado 4.100 pessoas, praticamente o dobro das outras empresas que insistem em 2000 entrevistas. Agora em Dezembro de 2009 o Datafolha ousou mais entrevistando 11.429 pessoas em todo Brasil.

Com isso foi possível perceber que a posição dos candidatos e Presidência da República esta mais consolidada com a lógica da inserção de mídia de cada um deles de acordo com os fatos políticos dos últimos meses.

Se o Datafolha, muito provavelmente, em função de sua posição no mercado de pesquisas, que abrange também o importante segmento empresarial corrigiu a amostragem na busca de resultado mais seguros, por outro lado, a divulgação de todos resultados da pesquisa ficou a desejar, importantes números sobre a corrida presidencial ficaram de fora do noticiário do Jornal Folha de São Paulo.

Porém, antes de prosseguir, importante esclarecer que estas analises só são possíveis quando conseguimos ler os relatórios das pesquisas que ficam disponíveis para dowloads nas páginas das empresas que publicam as pesquisas. A única empresa que não publica os tais dos relatórios é a Vox Populi.

O primeiro resultado importante que não foi noticiado foi o da sondagem espontânea para Presidência da República, ou seja, os números reais que cada candidato tem hoje.

Quando perguntados na última pesquisa do Datafolha em quem pretendem votar nas eleições presidenciais de 2010, os entrevistados responderam espontaneamente, sem estímulo, que votariam da seguinte forma: 20% no Presidente Lula, 8% em José Serra, 8% em Dilma Roussef, 3% em Aécio Neves, 3% no candidato do Presidente Lula, 1% no Ciro Gomes, 1% na Marina Silva, 1% no candidato do PT, 1% em Geraldo Alckimin, 3% citaram outros candidatos, 5% votariam branco ou nulo e 47% que responderam que ainda não sabem em quem votar.

Como Presidente Lula foi citado espontaneamente por 20% dos entrevistados e não poderá mais ser candidato, a pesquisa esclareceu este fato para os entrevistados e repetiu a pergunta.

O resultado, agora sem a presença do Presidente Lula, foi o seguinte: Dilma Roussef 10%, Candidato do Presidente Lula 8%, José Serra 8%, Candidato do PT 1%, Aécio Neves 1%, Ciro Gomes 1%, Geraldo Alckimin 1%, Marina Silva 0%, Outros candidatos 7%, Branco e Nulo 5% e Não sabem em quem votar 57%.

Conclusão

Na primeira possibilidade, com o Presidente Lula podendo ser citado, Dilma Roussef já empata com José Serra em 8% na escolha espontânea dos entrevistados. Se somarmos os 20% do Presidente Lula com os 8% da Dilma Roussef mais 3% que votariam no candidato do Presidente Lula e 1% no candidato do PT temos um total 32% de votos espontâneos potenciais para Dilma Roussef.

Na segunda possibilidade na pergunta sobre as intenções de votos espontâneos para Presidência da República sem o Presidente Lula, a Ministra Dilma Roussef já é a primeira colocada com 10% de intenções de votos só dela. Se somarmos esses 10% que ela tem com os 8% que responderam espontaneamente que irão votar no candidato do Presidente Lula mais 1% que declararam que vão votar no candidato do PT temos 19% de votos potenciais para Dilma Roussef também nessa possibilidade.

A pesquisa mostrou que nas respostas a sondagem estimulada, Jose Serra oscila de 37% a 40% de intenção de votos dentre as possibilidades colocadas e Dilma Roussef oscila de 23% a 31%.

Se compararmos os números espontâneos já citados nesta análise com os números das respostas estimuladas, facilmente perceberemos que os números da candidata Dilma Roussef são muito mais consistentes do que os números das respostas estimuladas de intenções de votos no candidato José Serra, principalmente, a partir de uma análise que leve em consideração a parcela de respostas com tendência a definitivas e consolidadas dos entrevistados.

Isso é matemática pura, ou melhor, são fato e, contra fatos os argumentos ficam difíceis, ou melhor, impossíveis.

Se você, meu caro internalta pretende conferir os números apresentados aqui diretamente no relatório do Datafolha é só acessar:

http://datafolha.folha.uol.com.br/folha/datafolha/tabs/intvoto_pres_21122009_tb4.pdf

Estou preparando mais analises sobre esta pesquisa e blogarei logo.

Esclarecimento: prometi um especial sobre a Mata Santa Genebra, uma das últimas reservas com as características da Mata Atlântica localizada em uma área urbana no Brasil em Campinas, para o último fim de semana que Passou. Porém fui aconselhado por um amigo, que trabalhou nessa mata inclusive comigo mesmo, a ter permissão bem fundamentada sobre o que publicar, acatei e adiei blogar o texto, mas prometo que farei em breve.


Flávio Luiz Sartori - flavioluiz.sartori@gmail.com

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

VOCES CONHECEM OU JA OUVIRAM FALAR DE ELOMAR. SE VÔCES TEM A ALMA SENSIVEL E NÃO CONHECEM ELOMAR, CERTAMENTE VÃO GOSTAR




Como não sou músico, mas gosto de ouvir coisas boas, aliás muito boas, estava pensando em no que escrever sobre esta fantástica figura que é Elomar, foi nesse momento, como num passe de mágica que chegou meu amigo Evamir Andrade da Silveira, músico e conhecedor da obra de Elomar. Para Evamir o som de Elomar é uma harmonia muito especial porque Elomar sincroniza o solo do violão com canto. Evamir explicou que, normalmente os sons harmonizados são acordes e também conjuntos de notas tocadas simultaneamente, porém, Elomar faz um tipo de harmonia tocada cantando, ao mesmo tempo, as notas do solo da música. Evamir esclareceu que esse recurso era muito usado no Barroco.

Para conhecerem melhor a vida e a obra de Elomar visitem o site: http://www.elomar.com.br/index.html

Flávio Luiz Sartori – Bom fim de semana......

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

DESISTENCIIA DE AÉCIO NEVES DEMONSTRA QUE O PIG E AS FORÇAS QUE ESTIVERAM NO PODER NO BRASIL ATÉ 2002 VÃO PRO TUDO OU NADA CONTRA DILMA E LULA

A desistência de Aécio era esperada para qualquer momento.
Se Serra estivesse realmente ganhando tempo como muitos de nós imaginamos teria tentado ou feito algum gesto significativo e emblemático para ganhar mais tempo com Aécio.
A vitória de um candidato da oposição de direita na eleição presidencial no Chile no último Domingo, apesar da popularidade da atual Presidente Michelle Bachelet, similar a do Presidente Lula no Brasil deve estar servindo de estímulo para os serristas e o PIG.
Será uma das eleições presidenciais com maior tensão na história do Brasil.
O PIG deverá entrar com tudo na disputa.
A correlação de forças no judiciário brasileiro, principalmente a nível de comando no TSE ja não é mais a mesma de 2002 e 2006, o PIG não terá a moleza de outros tempos.
Também, as forças políticas governistas não deverão ser tão ingênuas como no passado e deverão reagir com mais eficiência a ação do PIG.
Será a hora da verdade para o Brasil.
Quem ganhará com isso será a democracia brasileira, sem sombra de dúvidas.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

SERRA E O PIG JOGAM SUAS ÚLTIMAS CARTADAS E ESPERAM NÚMEROS MILAGROSOS NAS PESQUISAS


Nos últimos dias as coisas parecem normais no mundo da mídia no Brasil, nada de muito impacto para os padrões do PIG, que aliás esta quietinho demais, também pudera.

A Globo e seus associados mais próximos do PIG, que dispensam citações (ei você de todo Brasil, principalmente de São Paulo, pode ter um PIG mais próximo do que você imagina), não tomou conhecimento do Cofecom, apenas observei Willian Bonner no Jornal Nacional tentando se justificar pela ausência da Globo no evento, dizendo que o processo de escolha dos representantes não foi correto.

A chuva continua caindo forte principalmente pelas bandas de São Paulo e alagando praticamente todos cantos da cidade , enquanto isso o Governador de São Paulo obsecado com a idéia de ir morar no Palácio do Planalto em 2011, não esta nem ai, para ele o importante é aparecer na mídia posando de bom moço. Foi até a Dinamarca para se encontrar com o Governador da California Arnald Schwarzenegger e demarcar posição com status de estadista, lá se juntou com a Marina Silva, que eu não entendi muito bem o que ela esta pensando da vida, para dizer que o Brasil tinha que colocar a ninharia, como muito bem lembrou Dilma Roussef, de um milhão de dólares em projetos para salvar o mundo do aquecimento.

Mas o que planeja o PIG e Serra? Porque na realidade eles são aliados, estão juntos no projeto de tentar desalojar o Presidente Lula e o segmento político que o apoia até o fim, não desistirão dessa idéia tão fácil e pelo que percebo não aceitam nem o Aécio, podem aceitar no futuro diante de uma iminente derrota, mas por hora ainda não desistiram.

Serra ja deve ter feito todas as leituras possíveis, mesmo com 38% na maioria dessas pesquisas fajutas que estão por ai, Serra sabe que a parada será difícil. Nos últimos meses Serra circulou, sempre se comportanto de bom moço, em praticamente quase todos programas de televisão do horário nobre, exceto a Globo onde tem cadeira cativa, esteve na Hebe no SBT, no Roni Von na Gazeta e na Rede TV no Superpop, dentre outros.
Nesses programas pude perceber que a presença de Serra sempre foi associada a presença também de entidades assistencialistas que atendem deficientes físicos.
Agora recentemente qual tem sido o tema da campanha oficial do Governo do Estado de São Paulo? O apoio do Estado às entidades que atendem as pessoas com deficiencia física.

É louvável que o Estado tenha programas como os da campanha oficial, mas é nossa obrigação identificar na mídia a estratégia política de Serra em curso.
A idéia, provavelmente consebida por marqueteiros e articulada em função das famosas pesquisa qualitativas é associar a figura do Governador Serra ao bom mocismo, seria uma espécie de contra ponto a uma idéia pré concebida de que os candidatos do bloco governista Dilma Roussef e Ciro Gomes poderiam ter suas imagens associadas a pessoas, digamos, desagradáveis.
Mas quem colocaria esta pecha neles? O PIG pessoal, o PIG gente, igual ao que a Globo fez com o Ciro Gomes em 2002.
Podem acreditar, se Serra perceber que nem esta estratégia poderá dar certo o que ele irá fazer é retardar o máximo possivel a indicação de outro candidato a presidencia para que este não tenha condições de ganhar. No caso de Aécio, ao que tudo indica, o governador mineiro ja percebeu a artimanha.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

DIRETO DO BLOG DO LUIS NASSIF POR GERSON: HOMENAGEM A CHICO MENDES


Nesses dias difíceis, quando o mundo não consegue um acordo lá na gelada e distante Dinamarca, por mínimo que poderia ser, quando o lucro ainda é mais importante que o futuro do planeta, a tragédia da morte de Chico Mendes reflete uma maneira de pensar daqueles que tem o poder econômico. Eles não estão nem ai. Que importa as gerações futuras, para eles o que vale é o lucro do presente.
A Terra, as florestas, o Ártico, a Antártida, podem acabar, podem derreter, o que vale é a produção, o capital.
Hoje, mais do que nunca sentimos falta de Chico Mendes, o herói do silêncio das matas que não podia ter sido calado.


E a partir do dia 20 de Dezembro, no próximo fim de semana, este blog vai homenagear a Mata de Santa Genebra, localizada aqui em Campinas e considerada uma das únicas matas que preserva as características da mata atlântica original e localizada na área urbana de Campinas e também da Região Metropolitana de Campinas, a RMC.

Flávio Luiz Sartori

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

NIRVANA: "All Apologies" PARA TODO MUNDO OUVIR E CURTIR

Nirvana não era só aquele rock pesado que ficou como marca registrada da banda, era "All Apologies" também esta linda música que feita para todos gerações:



quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

“NOVELA LITERÁRIA” NO BLOG: “A HISTÓRIA UNIVERSAL DA INFÂMIA” DE JORGE LUIS BORGES - IV CONTO: A VIÚVA CHING, PIRATA

Mais um fantástico conto de Jorge Luis Borges. Leiam, vale a pena.

A VIÚVA CHING, PIRATA

A palavra corsárias corre o risco de despertar uma lembrança que é vagamente incômoda: a de uma já descolorida zarzuela, com suas teorias de ostensivas mucamas a representarem piratas coreográficas em mares de notório papelão. Contudo, houve corsárias: mulheres hábeis nas manobras marinheiras, no governo de tripulações bestiais e na perseguição e saque de naves de bordo alto. Uma delas foi Mary Read, que declarou certa vez não ser a profissão de pirata para qualquer um, e para exercê-la com dignidade precisava-se ser homem de coragem, como ela. Nos rústicos princípios de sua carreira, quando ainda era capitã, um de seus amantes foi injuriado pelo espadachim de bordo. Mary desafiou-o para um duelo, e se bateu com ele com as duas mãos, segundo o antigo uso das ilhas do mar do Caribe: a profunda e precária garrucha na mão esquerda, o sabre fiel na direita. A garrucha falhou, mas a espada se portou bem... Por volta de 172O, a arriscada carreira de Mary Read foi interrompida por uma forca espanhola, em Santiago de la Vega (Jamaica).

Outra pirata desses mares foi Anne Bonney, irlandesa resplandecente, de seios altos e cabelo fogoso, que mais de uma vez arriscou seu corpo na abordagem de embarcações. Foi companheira de armas de Mary Read, e, finalmente, de forca. Seu amante, o capitão John Rackam, teve também seu nó corrediço nessa função. Anne, despeitada, deu-lhe esta áspera variante de recriminação de Aixa a seu filho, o rei Boabdil: "Se houvesses combatido como um homem, não te enforcariam como um cão".

Outra, mais venturosa e longeva, foi uma pirata que operou nas águas da Ásia, do Mar Amarelo até os rios da fronteira do Annam. Falo da aguerrida viúva Ching.

OS ANOS DE APRENDIZAGEM

Por volta de 1797, os acionistas das muitas esquadras piráticas desse mar fundaram um consórcio e nomearam almirante um tal Ching, homem justiceiro e experimentado. Este foi tão severo e exemplar na pilhagem às costas que os habitantes espavoridos imploraram com dádivas e lágrimas o socorro imperial. Sua lastimosa petição não foi desatendida: receberam ordens de pôr fogo em suas aldeias, de esquecer os afazeres da pescaria, de emigrar terra adentro e aprender uma ciência desconhecida chamada agricultura. Assim o fizeram, e os frustrados invasores não encontraram senão um litoral deserto. Tiveram de se entregar, por conseguinte, ao assalto de navios: depredação ainda mais nociva do que a anterior, pois prejudicava seriamente o comércio. O governo imperial não vacilou e ordenou aos antigos pescadores o abandono do arado e dos bois, para que se restaurassem os remos e as redes. Eles se amotinaram, fiéis ao antigo temor, e as autoridades decidiram-se por outra conduta: nomear o almirante Ching chefe dos Estábulos Imperiais. Ele pretendia aceitar o suborno. Os acionistas souberam-no a tempo, e sua virtuosa indignação manifestou-se num prato de urtigas envenenadas, cozidas com arroz. A guloseima foi fatal: o antigo almirante e chefe novel dos Estábulos Imperiais entregou sua alma às divindades do mar. A viúva, transfigurada pela ,dupla traição, congregou os piratas, revelou-lhes o enredado caso e instou-os a recusar a clemência falaz do imperador e o ingrato serviço dos acionistas, de inclinação envenenadora. Propôs-lhes abordagem por conta própria e a votação de um novo almirante. Foi ela a eleita. Era uma mulher sarmentosa, de olhos entorpecidos e sorriso cariado. O cabelo, que enegrecia e azeitava, resplandecia mais do que os olhos.

Sob suas tranqüilas ordens, os navios lançaram-se ao perigo e ao alto-mar.

O COMANDO

Treze anos de metódica aventura se sucederam. Seis pequenas esquadras integravam a armada sob bandeiras de diversas cores: a vermelha, a amarela, a verde, a cor de amora e a da serpente, que era a nave capitânia. Os chefes chamavam-se Pássaro-e-Pedra, Castigo-da-Agua-Matutina, Jóia-da-Tripulação, Onda-com-Muitos-Peixes e Sol-Alto. O regulamento, redigido pela viúva Ching em pessoa, é de inapelável severidade, e seu estilo justo e lacônico prescinde das desfalecidas flores retóricas que emprestam majestade bem mais irrisória à maneira oficial chinesa, da qual oferecemos em seguida alguns alarmantes exemplos. Copio alguns artigos:

"Todos os bens transportados de navios inimigos irão ter ao depósito e ali devem ser registrados. Uma quinta parte do saque de cada pirata ser-lhe-á entregue mais tarde; o restante continuará no depósito. A violação desta ordem é a morte.

"A pena para o pirata que abandonar seu lugar sem autorização especial será a perfuração pública de suas orelhas. A reincidência nesta falta é a morte.

"O comércio com as mulheres arrebatadas nas aldeias fica proibido sobre a coberta; deverá limitar-se ao porão e nunca sem a licença do oficial que se ocupa dos carregamentos. A violação desta ordem é a morte."

Relatos de prisioneiros asseguram que o rancho desses piratas consistia principalmente de bolachas, de obesos ratos cevados e arroz cozido; nos dias de combate, costumavam misturar pólvora com o álcool. Naipes e dados fraudulentos, o copo e o retângulo do baralho do “fantan”, o visionário cachimbo do ópio e a lamparina distraíam as horas. Duas espadas de emprego simultâneo eram as armas preferidas. Antes da abordagem, esfregavam os pômulos e o corpo com uma infusão de alho; seguro talismã contra as bocas de fogo.

A tripulação viajava com as mulheres, o capitão com seu harém, composto de cinco ou seis delas, que costumava renovar nas vitórias.

FALA KIA-KLNIG, O JOVEM IMPERADOR

Em meados de 18O9, promulgou-se um édito imperial do qual copio a primeira parte e a última. Muitos criticaram seu estilo:

"Homens desventurados e daninhos, homens que pisam o pão, homens que desatendem o clamor dos cobradores de impostos e dos órfãos, homens em cuja roupa íntima estão desenhados a fênix e o dragão, homens que negam a verdade dos livros impressos, homens que deixam as lágrimas correrem fixando o Norte, molestam a ventura de nossos rios e a antiga confiança de nossos mares. Em barcos avariados e desprezíveis, enfrentam noite e dia a tempestade. Seu objetivo não é benévolo: não são nem foram nunca os verdadeiros amigos do navegante. Longe de prestar-lhe ajuda, acometem-no com ferocíssimo impulso e o convidam à ruína, à mutilação ou à morte. Violam, assim, as leis naturais do Universo, de sorte que os rios transbordam, as ribeiras inundam-se, os filhos se voltam contra os pais e os princípios da umidade e da seca são alterados...

"...Por conseguinte, encomendo-te o castigo, Almirante Kvo-Lang. Não te esqueças de que a clemência é um atributo imperial e seria presunção em um impulsivo pretender assumi-la. Sê cruel, sê justo, sê obedecido, sê vitorioso."

A referência inicial às embarcações avariadas era, naturalmente, falsa. Seu fim era levantar a coragem da expedição de Kvo-Lang. Noventa dias depois, as forças da viúva Ching enfrentaram as do Império Central. Quase mil navios combateram de sol a sol. Um coro misto de sinos, de tambores, de canhonaços, de imprecações, de gongos e de profecias acompanhou a ação. As forças do Império foram desfeitas. Nem o proibido perdão nem a recomendada crueldade tiveram ocasião de exercerem-se. Kvo-Lang observou um rito que nossos generais derrotados optam por declinar: o suicídio.

AS RIBEIRAS ESPAVORIDAS

Então, os seiscentos juncos de guerra e os quarenta mil piratas vitoriosos da Viúva soberba remontaram ao estuário do Si-Kiang, multiplicando incêndios e festas espantosas e órfãos, a bombordo e a estibordo. Houve aldeias inteiras arrasadas. Em só uma delas o número de prisioneiros passou do milhar. Cento e vinte mulheres, que solicitaram o confuso amparo dos juncais e arrozais vizinhos, foram denunciadas pelo incontido choro de uma criança e logo vendidas em Macau. Embora longínquas, as miseráveis lágrimas e lutos dessa depredação chegaram aos ouvidos de Kia-King, Filho do Céu. Certos historiadores pretendem que lhe doeram menos que o desastre de sua expedição primitiva. O certo é que organizou uma segunda, terrível em estandartes, em marinheiros, em soldados, em petrechos de guerra, em provisões, em áugures e astrólogos. O comando recaiu desta vez em Ting-Kvei. Essa pesada multidão de navios remontou ao delta do Si-Kiang e fechou a passagem da esquadra pirática. A viúva aprestou-se para a batalha. Sabia-a difícil, muito difícil, quase desesperada; noites e meses de saque e ócio haviam relaxado seus homens. A batalha não começava nunca. Sem pressa, o sol se levantava e se punha sobre os bambus trêmulos. Os homens e as armas velavam. Os meios-dias eram mais poderosos, as sestas infinitas.

O DRAGÃO E A RAPOSA

Contudo, altos bandos preguiçosos de leves dragões surgiam a cada entardecer das naves da esquadra imperial e pousavam com delicadeza na água e nas cobertas inimigas. Eram aéreas construções de papel e taquara, semelhantes a cometas, e sua prateada ou vermelha superfície repetia idênticos caracteres. A Viúva examinou com ansiedade esses regulares meteoros e leu neles a lenta e confusa fábula de um dragão que sempre havia protegido uma raposa, apesar de suas muitas ingratidões e constantes delitos. A lua adelgaçou-se no céu, e as figuras de papel e bambu traziam cada tarde a mesma história, com quase imperceptíveis variantes. A Viúva afligia-se e pensava. Quando a lua estava plena no céu e na água avermelhada, a história pareceu chegar a seu fim. Ninguém podia predizer se um ilimitado perdão ou se um ilimitado castigo abater-se-ia sobre a raposa, porém o inevitável fim se aproximava. A Viúva compreendeu. Jogou suas duas espadas no rio, ajoelhou-se num bote e ordenou que a conduzissem até a nave do comando imperial.

Era ao entardecer; o céu estava cheio de dragões, desta vez amarelos. A Viúva murmurava uma frase. "A raposa procura a asa do dragão", disse ao subir a bordo.

A APOTEOSE

Os cronistas narram que a raposa obteve seu perdão e dedicou a lenta velhice ao contrabando de ópio. Deixou de ser a Viúva; assumiu um nome cuja tradução vernácula é Brilho-da-Verdadeira-lnstrução.

"Desde aquele dia (escreve um historiador) os navios recuperaram a paz. Os quatro mares e os rios inumeráveis tornaram-se seguros e felizes caminhos.

"Os lavradores puderam vender as espadas e comprar bois para o arado de seus campos. Fizeram sacrifícios, ofereceram orações nos cimos das montanhas e se regozijaram durante o dia cantando atrás de biombos."