sexta-feira, 5 de julho de 2013

PESQUISAS DO DATAFOLHA DE AVALIAÇÃO DOS MANDATOS DO GOVERNADOR GERALDO ALCKMIN E DO PREFEITO FERNANDO HADDAD: MANIPULAÇÃO DAS COTAS DE ENTREVISTADOS POR ESCOLARIDADE CERTAMENTE DISTORCERAM OS RESULTADOS...


Nossa obrigação será sempre se livrar das 
amarras da manipulação.

O objetivo deste estudo é o de que seja cumprida uma missão cidadã em relação a forma como as informações chegam para as pessoas, neste caso em especifico aos eleitores. Cabe ao Datafolha esclarecer a opinião pública sobre os questionamentos levantados aqui.

Nesta última pesquisa do Datafolha, a PO813594, de 27ª 28 de Junho de 2013, temos um relatório só com a avaliações, do mandato do Governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin e também do mandato do Prefeito da Cidade de São Paulo, Fernando Haddad.


Como na análise da pesquisa de avaliação do mandato da Presidenta Dilma Roussef temos distorções nestas pesquisas que enviesaram o resultado delas no sentido de favorecer em números favoráveis a gestão do Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin e em resultados desfavoráveis a gestão do Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.


AVALIAÇÃO DA GESTÃO GERALDO ALCKMIN SEGUNDO O DATAFOLHA

A Análise apontou dois números diferentes no próprio Relatório do Datafolha, link https://docs.google.com/file/d/0BwNK3WsXNyivcDkzVWtKT3hJcW8/edit?pli=1, no que se refere as cotas por escolaridade. Na página 05 do relatório temos os seguintes números:
















Em uma amostra de 1.723 pessoas entrevistadas pelo Datafolha, teriam sido feitas 37% entrevistas com eleitores com escolaridade até o Ensino Fundamental, 42% com escolaridade até o Ensino Médio e 21% com escolaridade até o Ensino Superior.

No entanto, na página 06 do mesmo relatório estes números estão diferentes quando é feito o calculo sobre o número real de pessoas entrevistadas, segundo o mesmo relatório.

De acordo com os números acima, foram entrevistadas na amostragem total de 1.723 pessoas, 601 pessoas, que representam na realidade 34,9% da amostragem com escolaridade até o Ensino Fundamental, 716 pessoas, que representam 41,5% da amostragem com escolaridade à nível de Ensino Médio e 406 pessoas, que representam 23,6% da amostragem total, com escolaridade à nível de Ensino Superior. Estes números são conflitantes com os da página 05 á nível do próprio Relatório de Pesquisa do Datafolha, em 2 pontos a menos para as entrevistas realizadas com pessoas com escolaridade á nível de Ensino Fundamental e de 2,6 pontos percentuais a mais em relação as pessoas entrevistadas que cursaram o Ensino Superior. Estas diferenças certamente que enviesam os números finais da pesquisa para resultados favoráveis a avaliação positiva do Governador Geraldo Alckmin.

Portanto, como no mesmo relatório temos duas bases de amostragem com números diferentes para a mesma pesquisa e como na página 06 do mesmo relatório estão os totais usados para as cotas de entrevistas com valores maiores, optamos por usar estes números para efeito de comparação com os dados atualizados do Tribunal Superior Eleitoral, o TSE, na estratificação do eleitorado paulista por escolaridade que, aliás, são bem diferentes das cotas de entrevistas utilizadas pelo Datafolha:






















Como podemos constatar na tabela acima, de acordo o TSE, hoje, 10,1% dos eleitores paulistas estudaram até o nível de Ensino Superior. O Datafolha, no entanto, trabalha com uma cota de 23,6% que representam 406 entrevistas com pessoas que responderam ter Curso Superior na sua pesquisa, portanto, 12,6 pontos percentuais acima dos números do TSE.

No mesmo relatório do Datafolha o número de entrevistados paulistas dos que responderam ter estudado até o Ensino Médio foi 41,5%, portanto uma diferença pequena de 0,7 décimos de um percentual em relação aos números do TSE referentes ao Estado de São Paulo que tem um eleitorado de 42,2% de pessoas que estudaram até o Ensino Médio.

Em relação a cota de entrevistados pelo Datafolha com escolaridade até o Ensino Fundamental, o Datafolha informa que entrevistou 34,9% do total de 1.723 pessoas da amostra. Quando comparamos esta cota com os números dos dados do TSE constatamos que em São Paulo são, na realidade 45% de eleitores com escolaridade até o Ensino Fundamental, portanto uma diferença de 10,1 pontos percentuais a mais para a cota de entrevistas utilizada pelo Datafolha.

Estas diferenças em números demonstram de forma cabal que o Datafolha pode estar manipulando as informações levantadas em suas pesquisas de acordo com o resultado que for necessário.

A queda na avaliação positiva do Governador Geraldo Alckmin foi menor entre os eleitores com escolaridade até o Ensino Superior conforme podemos constatar na tabela da página 22 do relatório da pesquisa.






















AVALIAÇÃO DA GESTÃO DO PREFEITO FERNANDO HADDAD SEGUNDO O DATAFOLHA.

A avaliação do mandato de seis meses do Prefeito Fernando Haddad  também está  no Relatório do Datafolha no link https://docs.google.com/file/d/0BwNK3WsXNyivcDkzVWtKT3hJcW8/edit?pli=1 . Os números referentes as cotas usadas nas entrevistas realizadas na cidade de São Paulo no item de entrevistas por escolaridade estão nas páginas 37 e 38 e neste caso não são diferentes dentro do próprio relatório como no caso anterior da avaliação da gestão do governador Geraldo Alckmin.

Em relação as cotas de entrevistas por escolaridade usadas pelo Datafolha na pesquisa de avaliação do mandato do Prefeito Fernando Haddad de São Paulo, os números são os seguintes:








Em relação aos dados atualizados do Tribunal Superior Eleitoral, o TSE, referentes a estratificação do eleitorado da Cidade de São Paulo, por escolaridade, temos uma realidade que também é bem diferente das cotas de entrevistas utilizadas pelo Datafolha:






















Constatamos na tabelas acima, de acordo o TSE, que 14,1% dos eleitores paulistanos chegaram até o nível de Ensino Superior. O Datafolha, no entanto, trabalha com uma cota de 26,3% que representam 291 entrevistas com pessoas que responderam ter estudado até o nível de Escolaridade Superior na pesquisa, portanto, 12,2 pontos percentuais acima dos números do TSE.

No caso das cotas referentes a escolaridade por Ensino Médio, de acordo com o TSE temos 43,6% de eleitores paulistanos neste nível. O Datafolha utilizou uma cota de 450, que representam 40,7% de entrevistas de sua amostragem total para a Cidade de São Paulo. Portanto uma diferença 2,9 pontos percentuais a menos na cota de entrevistas usada pelo Datafolha.

Em relação a cota de entrevistados pelo Datafolha na Cidade de São Paulo com escolaridade até o Ensino Fundamental, o Datafolha entrevistou 365 pessoas, 33% do total da amostra. Quando comparamos esta cota com os números dos dados do TSE, constatamos que no Município de São Paulo eles são 40,1% de eleitores com escolaridade até o Ensino Fundamental, portanto uma diferença de 6,9 pontos percentuais a menos que a da cota utilizada pelo Datafolha.


Conclusão

Na pesquisa de avaliação do mandato do Governador Geraldo Alckmin o Datafolha apresentou em um mesmo relatório duas versões para a estratificação por escolaridade da amostragem de 1.723 pessoas entrevistadas. O cálculo da diferença entre estas duas versões em um mesmo relatório foi de 2,6 pontos. Combinando esta diferença com as cotas de entrevistados por escolaridade na amostra usada pelo Datafolha com os números oficiais do TSE referentes a escolaridade dos eleitores do Estado de São Paulo concluímos que o Datafolha utilizou uma diferença inicial de 13,5 pontos que pode chagar até mais de 16 pontos que foram enviesados para a cota de entrevistados com escolaridade à nível de Ensino Superior, onde Geraldo Alckmin teve sua menor queda de aprovação, de acordo com resultados mostrados pelo próprio Datafolha.

Na pesquisa de avaliação da gestão de apenas seis meses do Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, a análise não é muito diferente, a cota de entrevistados com escolaridade até o Ensino Superior é 12,2 pontos percentuais maior que os números oficiais do TSE.

Estas “mexidas” sutis feitas pelo Datafolha nos números a partir da utilização de cotas aumentadas artificialmente em setores da sociedade, que tradicionalmente são conservadores só podem mesmo ter como resultados números favoráveis ao Governador de São Paulo e desfavoráveis ao Prefeito da cidade de São Paulo e a melhor maneira de mapear estes eleitores conservadores é através das cotas de entrevistados a partir da escolaridade dos eleitores.

As pesquisas de opinião podem ser apresentadas de maneira mais simplificada para que as pessoas que não tem conhecimento sobre este assunto possam compreender os resultados. Apresentar relatórios complicados só facilita a confusão sobre o assunto e esta é, certamente sem sombra de dúvidas, a maneira mais fácil de manipular as pessoas.



Flávio Luiz Sartori
flavioluiz.sartori@gmail.com



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