sábado, 1 de junho de 2013

MANIPULAÇÃO DA INFORMAÇÃO NÃO INFLUENCIA MAIS A MAIORIA DO ELEITORADO COMO ANTIGAMENTE. COM OS ELEITORES CADA VEZ MAIS EXIGENTES, ELEIÇÃO DE 2014 DEVERÁ SER MAIS DIFÍCIL, TANTO PARA O GOVERNO QUANTO PARA A OPOSIÇÃO.


Hoje em dia o eleitor não cai mais tão facilmente 
em jogos de cena e manipulações da mídia. 

A leitura política para ser séria deve ter componentes reais e não imaginários, precisa mostrar a realidade que ela procura explicar. A interpretação distorcida da conjuntura só se justifica em uma estratégia política que para ter sucesso necessita que a realidade na qual ela pretende inserir seja transformada em fantasia.

Nos últimos dias observamos que a oposição, principalmente o PSDB, a exemplo do que fez em 2005 com o mensalão e em 2009 com a crise na economia mundial, tem tentado de todas as formas criar um clima de crise tendo como epicentro a subida da inflação e um PIB muito baixo.

Todos nós sabemos que para a oposição ter chance segura de sair vitoriosa em 2014 precisa de um ambiente de crise, com a subida dos preços e a conseqüente inflação em uma situação de crescimento baixo da economia que teria como resultado a perda de apoio do atual governo junto a maioria da opinião pública.

Se isso não acontece rapidamente é necessário então que seja criado um clima que aponte para esta possibilidade de crise, mesmo que ainda estejamos em uma fase onde o que existem são indícios de que podemos ter um ambiente de carestia e queda do emprego em uma situação de perda da capacidade de compra, principalmente para a classe média emergente e aqueles que ainda não romperam plenamente a linha da pobreza, segmentos que hoje compõe a maioria da população brasileira.

Mesmo que os principais órgãos de imprensa do Brasil se alinhem sistematicamente com o projeto de poder da oposição e isso ficou mais evidente a partir da chegada de Lula e aliados ao poder em 2002, a realidade nos mostra que a maioria do eleitorado brasileiro tem se mantido refratário ao apelo da oposição e isso fica claro desde os períodos que antecedem as eleições presidenciais com articulações políticas e reflexos conjunturais na mídia nos biênios 2005/2006 e 2009/2010.

Um sinal inequívoco de que o discurso alarmista da oposição ainda não tem ressonância na opinião pública pôde ser constatado nos baixos números de citações do programa nacional na televisão do PSDB no último dia 30, quinta feira, no Microblog Twitter com apenas 8.615 mensagens.

Mesmo que o Jornalista Fernando Rodrigues em seu blog no UOL tenha tentado minimizar o baixíssimo número de mensagens em uma rede que tem milhões de seguidores no Brasil, ao escrever que o hashtag #psdbnuncamais, que faz parte do total de mensagens, foi articulado de maneira organizada por militantes ou simpatizantes petistas, incluindo o próprio perfil do PT (de simpatizantes), que teria estimulado a militância a entrar no jogo de repercussão na televisão aberta, não podemos deixar de observar que a massificação do apoio aos tucanos foi muito baixa no Twitter.

Isso tem basicamente dois motivos principais que Fernando Rodrigues não considerou:

1 - O debate político que esta acontecendo hoje na mídia é restrito basicamente às tvs fechadas, principalmente Globo News e Band News e também aos principais jornais escritos do Brasil (Folha e Estadão), portanto ainda está muito distante da maioria da opinião pública brasileira, principalmente levando em consideração que estamos a mais de um ano da eleição de 2014;

2 – O discurso da oposição, turbinado na mídia pró oposição em tom alarmista, ainda não está encontrando a ressonância desejada mesmos na minoria que acompanha o noticiário sobre o assunto.

A maioria da população pode até estar percebendo alta nos preços, porém dificuldades em arrumar trabalho e falta de dinheiro no bolso não só para pagar as contas, mas também para as compras cotidianas, isso ainda não esta acontecendo em escala massificada.

Além do sinal detectado pelo Twitter, Aécio Neves e seus articuladores a exemplo do que já aconteceu com Eduardo Campos, devem estar se deparando com os resultados das pesquisas qualitativas que certamente encomendaram e, conseqüentemente com a dura realidade de que o trabalho para convencer a maioria dos eleitores a votarem na oposição até Outubro de 2014 deverá ser muito mais difícil do que imaginam.

O que não significa que o Governo e seus apoiadores também não vão enfrentar uma dura batalha, principalmente porque o eleitor brasileiro está votando sistematicamente a cada dois anos desde a volta da democracia nos anos oitenta do século passado, o que significa que está acumulando experiência em como escolher os candidatos e de uma maneira cada vez mais inteligente e pragmática.

Isso é bom para a Democracia e para o Brasil.


Flávio Luiz Sartori - flavioluiz.sartori@gmail.com

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