segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A HISTÓRIA MOSTRA QUE TIRANIA GERA VINGANÇA QUE ACABA SEMPRE EM TRAIÇÃO: COMO UM AMBICIOSO REI BÁRBARO LOMBARDO DO SÉCULO VI, ALBOÍNO, LEVOU A TIRANIA AO EXTREMO E MORREU VÍTIMA DA VINGANÇA DE SUA ESPOSA E COMO ELA VEIO SER TAMBÉM VÍTIMA DE SUA PRÓPRIA TRAIÇÃO.

Desenho que reproduz a morte de Alboíno.

Em 553 DC, dez mil guerreiros bárbaros lombardos a serviço do general Narses do Império Bizantino invadiram o norte da Itália em nome do Imperador Bizantino Justiniano. A violência utilizada pelos lombardos, que incendiavam tudo que encontravam e violentavam todas mulheres, inclusive as que se refugiavam nas igrejas chocou os bizantinos que acabaram por abrir mão da presença deles na tropa invasora. Infelizmente para os italianos em um futuro não muito distante, mesmo tendo ido embora, os lombardos tinham tomado gosto pelas terras luxuriantes da Itália e jamais esqueceriam delas.


Os lombardo foram levados para uma nova terra ao longo do Rio Danúbio no leste europeu, ali logo suas relações com seus vizinhos gépidas (outro povo bárbaro) se deterioraram, nesse cenário se destaca um rei guerreiro, Alboíno, que prepara os lombardos para a guerra. 


Em 562 com a invasão de outro povo bárbaro, vindo do leste, os ávaros, Alboino aproveita a oportunidade para buscar uma aliança com eles para atacar os gépidas. O que acontece em 567, quando os gépidas são facilmente derrotados pelo lombardo Alboino. O rei gépida Cunimundo foi derrotado e assassinado, sua cabeça foi cortada e o crânio transformado em uma taça para Alboíno, isso era uma prática comum entre os bárbaros na época. Alboino fez mais ainda, se casou com Rosamunda, filha de Cunimundo.


Em 568 os lombardos que não tinham esquecido a Itália invadiram a península pelo norte,  o que fizeram com a ajuda de outros povos bárbaros. Quando os lombardos chegam as planices do norte da Itália encontram uma realidade de situação de devastação pelas guerras e epidemias. Em 573 os lombardos tomam a cidade de Pávia e lá instalam sua capital, de onde Alboíno passa a reinar. 


O Papa João implorou a proteção do Império Bizantino que não pôde fazer nada militarmente, mas os bizantinos não tinham desistido, planejaram derrotar Alboino com traições e intrigas e o instrumento para derrotar Aboíno estava em sua própria corte, a Rainha Rosamunda.


Em um banquete na corte de Alboino, o rei lombardo obrigou Rosamunda a beber vinho na taça feita com o crânio do pai dela, Cunimundo. Depois de cinco anos de humilhação Rosamunda ansiava por vingança, para  isso convenceu seu amante Helênicus a ajuda-la. Rosamunda amarrou a espada de Alboíno de forma que ele não pode usar a arma e quando Helênicos chegou ficou fácil para ele assassinar o rei lombardo. Anos tinham se passado mas Rosamunda conseguiu fazer um "belo trabalho". Como os seguidores de Alboíno demoraram horas para descobrir o crime, Rosamunda e seu amante puderam fugir tranquilamente e ainda levaram parte da fortuna de Alboíno. 


Em seguida Rosamunda fugiu com Helenicus para Ravena e foi recebida pelo Governador Bizantino Longino, nesse contesto Rosamunda tinha se transformado em uma peça chave, principalmente porque trouxe com ela parte da fortuna dos lombardos. 


Com a intenção de fortalecer o Império Bizantino na Itália Longino propõe se casar com Rosamunda, mas tinha uma pedra no caminho o amante Helênicus que não tinha mais utilidade para a rainha. Dessa forma ela, ansiosa para agradar Longino preparou o envenenamento de seu amante, aliás, o envenenamento ja foi  uma forma de vingar e matar muito comum, utilizada muito pelas mulheres, até mesmo como recurso de defesa e a história mostra isso.


Mas, Helênicus conhecia muito bem Rosamunda, quando ela serviu para ele a bebida com veneno ele a obrigou beber a mesma bebida e depois ele mesmo bebeu o veneno e os dois amantes assassinos morreram juntos.  


Dessa forma a rainha ultrajada que foi forçada a sobreviver em meio a violência de um reino bárbaro se transformou em uma mulher fria e também assassina e o amante oportunista também se transformou de vingador em assassino da mesma pessoa que ele ajudou a fazer uma vingança.


Mesmo hoje todo cuidado é pouco, o correto mesmo é não ter inimigos potenciais em nenhum lugar, o perdão é sempre a nossa melhor virtude.


DIRETO DO CANAL HISTORY, 82 NA NET.


Flávio

2 comentários:

  1. Todo sentimento negativo gera outro negativo.
    As pessoas enredam-se por desejos e sentimentos afins! No caso aqui - a tirania - não somente neste fato histórico, mas em tantos outros havia de gerar outras coisas desfavoráveis para florescer amor e prosperidade.
    Veja que todo reino arruinada sempre esteve às mãos de governantes tiranos.
    Abraços

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  2. Interessante blog, interessante post.

    Como diz o comentário anterior, sentimentos negativos geram sentimentos negativos. A História comprova não somente este caso, mas vários outros cujo sentimento de posse, de poder, e de vingança herdaram fins indescritíveis para estes homens e mulheres.

    Um exemplo bem claro sobre isso, e bem documentado, foram os imperadores romanos que perseguiram os cristãos. Todos eles tiveram fins violentos. O Imperador Galério Maximiniano (Gaius Galerius Valerius Maximianus- Governou de 305 a 311), um dos últimos perseguidores dos cristãos e que derrubou outro perseguidor imperador no Poder, Diocleciano (que era seu sogro), teve uma morte cruenta, não pela mão de inimigos, mas por sua própria ganância e vída desregrada. Morreu de uma doença que foi consumindo seu órgão genital, e foi se espalhando em outros. A fonte que li a respeito não menciona o nome da doença, mas creio eu que poderia se tratar de uma sífilis, mal este que matava muito nos áureos tempos.

    Segundo Tito Casini, no livro "Perseguidores e Mártires", o imperador já era um "cadáver vivo e putrefático" do tão mal odor que exilava no palácio, e no fim da vida, ele decretou o fim da perseguição na província balcânica (onde ele imperava) e ainda pediu a benevolência dos cristãos para "rezar por ele". Segundo ainda o autor, isto teria desagradado mais os cristãos do que as perseguições, e quanto ao sofrimento de Galério, sob dores atrozes, nenhum cristão que ele mandou torturar teria gritado tanto quanto ele em seu leito de morte.

    Acho que é isso que dizem: aqui se faz, aqui se paga, e infelizmente, apesar de toda evolução no teor científico e tecnológico, o Homem ainda não aprendeu a amar seu semelhante, a se educar, e a respeitar, e todo sentimento de tirania independe de classe social ou escolaridade.

    Grande Abraço

    Paulo Néry

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