segunda-feira, 25 de julho de 2011

O DESEQUILIBRIO DO ASSASSINO NORUEGUES E A PRÁTICA DO ASSÉDIO MORAL. TUDO ESTÁ INSERIDO NO INCONFORMISMO COM A REALIDADE ADVERSA NÃO ACEITA QUE SEMPRE SE TRANSFORMA EM ATITUDES IRRACIONAIS.

Começo a imaginar que por de traz da fúria do norueguês Andrew Behring Breivik, que matou dezenas de pessoas por uma questão aparentemente política existe um inconformismo muito mais enraizado, que chega a se sobrepor a questão política e ideológica.

Porque ele cita tanto o Brasil no manifesto que lançou horas antes de cometer a atrocidade que cometeu?

Devemos ficar atentos a estes fatos. O Brasil atualmente é muito importante como modelo de economia que esta dando certo na busca da diminuição da desigualdade social em um grau que contrapõem a história dos EUA ou da Europa. Aqui temos sim o preconceito e o racismo presente no nosso dia a dia, felizmente em nossa história política, não temos partidos com apoio popular que chegaram ao poder pregando a intolerância como já aconteceu  na Alemanha nos anos trinta do século passado com o nazismo. Também não temos aqui organizações racistas com histórico de atrocidades, como é o caso da Ku Klux Klan nos EUA.

O Brasil é uma democracia multirracial em todos os sentidos, que esta a caminho de se tornar uma potencia da economia mundial, certamente será um exemplo para outras regiões do mundo e até mesmo para a Europa e os EUA. Isso deve causar um certo desespero em pessoas como este assassino norueguês, que inconformado com o fato das forças políticas de direita não estarem no poder em seu país, atualmente governado por trabalhistas, partiu para uma atitude radical para se sentir notado.

Porém, isso não foi tudo na minha opinião, foi apenas a ponta de um iceberg. Na realidade o que precisa ser analisado mesmo é a demonstração de inconformismo com a situação colocada diante deste assassino.

O fato é que existe uma minoria que não se conforma com uma situação adversa. Para estas pessoas o único universo que interessa é o delas, quando as coisas não são como elas imaginam que deveria ser, partem para ações de demonstração de força e poder e não respeitam as particularidades colocadas, o autoritarismo é levado ao extremo do egoísmo.

Assim, na prática do dia a dia podemos ter um modelo de Andrew Behring Breivik, o assassino norueguês, sem perceber. Por exemplo, praticando algum tipo de assédio moral contra as pessoas próximas, principalmente quando existe algum tipo de poder nas mãos em locais que podem ser os de trabalho. Um chefe que tenta humilhar seus subordinados certamente é uma pessoa com estas características.

Um dia eu assistia um documentário na tv fechada sobre sociopatas e teve uma parte do programa que eu nunca vou esquecer:

Em uma empresa os principais executivos estavam chegando na idade de aposentar, tinha também um jovem promissor que poderia chegar ao comando da empresa, mas tinha um fato muito estranho, ele era pretensamente apoiado por uma metade dos funcionários da empresa e odiado pela outra metade. Os executivos da empresa, então tomaram a seguinte atitude, contrataram um profissional em análise de perfis humanos para se infiltrar entre os funcionários da empresa como que se fosse um funcionário recém contratado com a missão de analisar o que estava acontecendo na relação jovem promissor com o grupo de funcionários da empresa. Depois de conviver com os funcionários por um tempo o analista de perfis chegou a conclusão que a parte dos funcionários que apoiavam o jovem promissor, na realidade eram coagidos por chantagens. Então se ele já era odiado por uma metade e o apoio que ele pretensamente tinha na outra metade era na base da coação, isso significou que ele tinha se utilizado de métodos não éticos para galgar cargos melhores na empresa, ou seja, ele era aquilo que chamamos de “mau caráter” e não servia para comandar a empresa.

No final do documentário fiquei mais estarrecido ainda quando fiquei sabendo que aproximadamente 30% da população do Planeta Terra tem propensão a se tornar sóciopatas.

Conclusão é lógico que não podemos sair por ai imaginando que ninguém presta no mundo, temos que ficar atento a educação das crianças e dos adolescentes incutindo neles os princípios da importância de uma sociedade democrática sem o fantasma do preconceito e da obsessão pelo poder a qualquer custo. 

Flávio Luiz Sartori - flavioluizluiz.sartori@gmail.com

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