segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

APOIAMOS O SITE "CONVERSA AFIADA" DO PAULO HENRIQUE AMORIM NA PROPOSTA DE QUE O IBGE SUBSTITUA O IBOPE NA MEDIÇÃO DA AUDIÊNCIA DAS EMISSORAS DE TV

Reproduzimos abaixo o texto com a genial proposta do Conversa Afiada:

O Governo recebe o que a TV Globo cobra ? Por que o IBGE não substitui o GLOBOPE ?


A indústria da publicidade no Brasil movimenta R$ 20 bilhões por ano.
(Clique aqui para ler
“Publicidade na internet explode enquanto a do PiG (*) desaba” ) no endereço: http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=23730
Essa indústria se sustenta em três vigas tão firmes quanto as do Robanel.
Uma, o GLOBOPE, o único instituto de pesquisa que mede a audiência da tevê no Brasil.
Único.
Seu maior cliente é a Globo.
A outra viga é o BV, “bonificação de volume”.
Quanto mais a agência de publicidade compra espaço na Globo, quanto maior o “volume”, maior o “bônus” que ela, a agência, recebe.
Não é o cliente da agência que recebe o “bônus”, o que paga a conta.
O “BV” é da agência.
(Nos Estados Unidos estava todo mundo preso …)
A terceira viga desse Robanel é a Globo.
Vamos supor – e isso é apenas uma suposição – que a audiência da Globo seja menor do que é.
Vamos supor – e isso é apenas uma suposição – que uma parte dos “aparelhos desligados”, seja, por um passe de mágica, incorporada à audiência de Globo.

(Quem sabe disso é o Carlos Novais, o sociólogo que trabalhou comigo na TV Cultura e chegou a montar um IBOPE do B para o Silvio Santos. Depois, o Silvio desistiu.)
Se essas duas suposições se provarem verdadeiras, a Globo fatura mais do que merece.
Vende uma mercadoria por um preço que corresponde a “x” de GLOBOPE, quando, na verdade, o GLOBOPE dela é de “x” menos 10.
É como as empresas de telefonia: vendem 3G e entregam 2G.
(Clique aqui para ler: “Se o 3G que as telefônicas vendem é 2G, a culpa é sua, pobre navegante” )
Ou seja, é possível – isso é uma suposição – que a GLOBO, com o imprescindível apoio do GLOBOPE, fature pelo que não entrega.

Seria – é uma suposição – como vender uma dúzia de ovos com dez ovos.
Tão simples quanto isso.
Agora, vamos imaginar que a Globo venda uma dúzia de dez ovos ao povo brasileiro.
Sim, porque o Governo Federal faz publicidade na Globo.
O Governo Federal (o povo brasileiro) compra uma dúzia de ovos e a Globo entrega dez ovos.
Quem perde ?
As agências ?
Não, elas garantiram o dela: a “bonificação de volume”.

O GLOBOPE ?

Não, o GLOBOPE é próspero e mais próspero ficará ano que vem, quando vender as pesquisas que vão demonstrar que a Dilma não vence.

(O Zé Pedágio é capaz de comprar todas e distribuir pelo PiG (*)…)

A Globo não está nem aí: ela tem 50% da audiência e 75% do bolo publicitário em tevê aberta.
Se dependesse dos filhos do Roberto Marinho (eles não tem nome próprio), esse tripé – “bonificação de volume”, GLOBOPE e Globo – seria eterno.
Só que isso não pode eternizar-se, já estamos numa democracia.
Ou não estamos ?
Se estamos, por que não fazer como no México ?
Lá, a vitima do GLOBOPE foi a maior rede de tevê, a Televisa, que tem uma hegemonia parecida com a da Globo, aqui.
A Televisa iniciou uma campanha para fazer com se crie uma alternativa ao GLOBOPE para medir audiência.
Porque, também lá, o Governo – ou seja, o povo mexicano – é um grande anunciante.
Por que não pedir a uma instituição pública acima de qualquer suspeita que bata na porta das famílias e pergunte: a que canal a senhora assiste ?
Só isso.

Aqui no Brasil, quem poderia fazer isso seria o IBGE.
Ah, dirão os donos de agência, dirá o Senador Evandro Guimarães: mas o IBGE é suspeito, é do Governo !
Como, suspeito ?
O IBGE faz o Censo.
O IBGE mede o IPCA, que regula todos os contratos financeiros do país.
O IBGE faz a PNAD e vai à casa das pessoas e pergunta: a senhora tem televisão ?
Por que não perguntar: a que canal a senhora assiste nesse momento ?

Bem que o Ministério Público Federal deveria perguntar à SECOM do Ministro Franklin Martins: o senhor recebe a mercadoria que a Globo lhe vende ?

Paulo Henrique Amorim

Leia abaixo o comunicado que a Televisa (**) acaba de divulgar. Imagine, amigo navegante, que o diretor geral do IBOPE do México saiu do IBOPE e foi trabalhar na TV Azteca, a principal concorrente da Televisa. Póóóóde ? Esse Ibope …

Televisa rompe con IBOPE

México, D.F., 28 nov. 2009 - El siguiente comunicado fue enviado por Alejandro Quintero, vp corporativo de comercialización de Televisa, para dar a conocer su postura ante IBOPE.
A nuestros amigos Anunciantes y Agencias de Medios
Como debe ser de su conocimiento el pasado mes de febrero el director general de IBOPE México dejó la compañía para posteriormente incorporarse a Televisión Azteca (**), generando con esto serías dudas sobre la objetividad de la medición de audiencias dado la gran cantidad de secretos industriales que posee dicha persona. Ante esta situación nos estamos cuestionando si los ratings generados por IBOPE deben ser considerados para evaluar el desempeño de nuestra programación.

Este blog concorda em gênero, número e linha com o que foi editado acima pelo site "Conversa Afiada" do Jornalista Paulo Henrique Amorim.

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