Zé Ramalho é um ídolo de gerações. Cultuado e
admirado por suas canções marcantes, nada nele despertava a menor desconfiança
de quais sempre foram, na realidade, seus reais pensamentos.
Já escrevi aqui neste blog que durante as manifestações de
junho e julho do ano passado uma das coisas que mais despertaram meu sentimento
de surpresa e decepção foi exatamente o fado de descobrir que muitas pessoas
com as quais eu tinha algum tipo de convívio, algumas delas com grau de parentesco,
eram de direita e defendiam abertamente a volta dos militares ao poder.
Li a entrevista de Zé Ramalho e o que me surpreendeu foi o
final onde ele demonstrou toda contrariedade com o atual momento de ascensão
social das pessoas no Brasil, quando externou seu incomodo com o fato de um número
maior de pessoas estarem podendo viajar de avião.
Zé Ramalho também falou de um social comunismo relacionado a questão
da igualdade, o que foi nada mais, nada menos, que uma maneira de querer inventar um
motivo para criticar sem ter o que falar, para não ficar feio com sua própria
condição de artista admirado pelas críticas a desigualdade social presentes nos
versos de suas músicas.
Na realidade o que ficou claro foi o fato de que Zé Ramalho
assumiu sim o seu lado “coronel”, que sempre existiu dentro dele mesmo.
Os versos cantados em suas músicas falando de um povo
marcado e feliz fugindo da ignorância ficaram para trás no tempo em que Zé
Ramalho nem imaginava entrar em uma avião junto com aqueles que viviam tão
perto da mesma ignorância.
Conclusão, Zé Ramalho cantava a pobreza como parte de seu próprio
marketing pessoal, quando na realidade sempre sonhava, lá no fundo, bem no fundo
de seu coração, ter a vida de um coronel. É isso que suas palavras revelam.
Flávio Luiz Sartori
Esse zé mané , foi contra a greve dos professores do estado (Paraiba) em 1981 e espancou o jornalista Carlos Aranha.Truculento.
ResponderExcluirSe reparar bem a letra de "mulher nova, bonita e carinhosa" é extremamente machista, dandoa entender a famosa máxima "por trás de um grande homem...". Sem contar a letra de "o meus país", uma verdadeira prova do discurso coxinha colocando toda a política em tábula rasa e propagando a noção coxinha de que "políticos são todos iguais", o que só serve de subsídio às elites.
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