Mesmo com todas contradições e interesses em jogo, PT e PMDB
juntos são fundamentais para a governabilidade. Para a
oposição e as oligarquias que estão fora do poder, implodir
esta aliança pode ser a melhor oportunidade sobrevivência
política, principalmente para a Rede Globo dos irmãos Marinho.
O Deputado Federal Eduardo Cunha age o tempo todo como alguém
que tem uma missão a cumprir, desestabilizar o Governo Dilma.
No primeiro semestre de 2013, na votação da Medida Provisória
dos Portos, Eduardo Cunha articulava contra a MP, seu objetivo era claro,
queria emperrar aquela importante votação de qualquer jeito, seu jogo era o da
oposição de forma velada.
Não acho que Eduardo Cunha age simplesmente em defesa dos
interesses do Governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e seu candidato, o
Vice Governador Luiz Fernando Pezão, sua ação é voltada para interesses muito
maiores.
Cunha sempre quis mesmo desestabilizar a base de apoio
parlamentar do Governo Dilma, por isso agiu e age em seu ponto mais nevrálgico que
é exatamente o PMDB, que faz a ligação do governo com o tradicional centro ideológico para compor uma maioria de apoio no Congresso Nacional. Quando colocou uma
parcela mais fisiológica do PMDB em pé de guerra contra o PT e Dilma, o líder do
PMDB sinalizou aos outros setores governistas de centro do Congresso
Nacional, que poderia ser decisivo na articulação de uma maioria anti-petista e
outras forças políticas de esquerda, que lavaria a uma situação de ingovernabilidade, essa é a verdade.
E a quem interessaria esta ingovernabilidade?
Além do PSDB e aliados e também, agora, de Eduardo Campos e
o PSB, existem os interesses históricos de uma oligarquia alijada do poder
que apóia a oposição, no caso, principalmente os grupos empresariais de comunicação conhecidos
como o Partido da Imprensa Golpista, o PIG, principalmente seus maiores
expoentes, a Rede Globo dos irmãos Marinho.
O plano inicial era que a ingorvernabilidade tivesse
iniciado logo depois dos protestos de junho e julho do ano passado. Como isso não
aconteceu de fato e o Governo Dilma manteve o controle da situação e recuperou
popularidade, a tentativa de desestabilização continuou e continua.
A segunda etapa do processo que aconteceria no rastro da
ingovernabilidade continua a todo vapor, seria a desestabilização da articulação
da coligação do PT com o PMDB, o objetive seria isolar o PT e aliados de esquerda.
A missão de Eduardo Cunha não foi completada e na definição das articulações para a coligação de partidos que apoiarão a reeleição
de Dilma Roussef , cada vez mais esta difícil para ele terminar o seu “trabalho”
para seus “verdadeiros chefes maiores”, os irmãos Marinho. Nesse caso, sua única saída foi
partir para o desespero e formar o tal do blocão, que comprovadamente era mesmo
para desestabilizar a base de apoio do Governo Dilma, maior prova disso foi o apoio
até de um partido político que declaradamente já fez opção pela oposição, no
caso o Solidariedade de Paulinho da Força, que entrou no tal do blocão apenas e
tão somente para forçar o circo pegar fogo e nada mais.
O PMDB, pela sua própria história, não pode mais ficar nas mãos
de patifes e oportunistas como Eduardo Cunha e até mesmo “alienígenas” oportunistas
como Paulinho da Força. O PMDB deveria aproveitar esse momento em que faz parte
de um governo trabalhista, que esta mudando a configuração social do Brasil da pobreza
para uma nova classe média consolidada, para ser o porta-voz das aspirações
dessa nova sociedade brasileira, cada vez mais exigente em relação aos seus
direitos de plena cidadania.
Enquanto o PMDB estiver passando para a opinião pública a
imagem de um partido que esta no Governo e fica fingindo que é de oposição para
satisfazer a pressão dos seguimentos de uma oligarquia atrasada e cada vez mais
desesperada com a perspectiva de não voltar ao poder, o partido não irá reconquistar
o espaço que já teve na política brasileira quando defendia a democracia e o
fim da histórica desigualdade social no Brasil.
O PMDB tem que se livrar dos “Eduardos Cunhas” e “Cabrais” da
vida dentre outros, que apenas se tornaram lacaios dos irmãos Marinho da Rede
Globo, que na realidade sempre deram uma “banana” para o PMDB.
Flávio Luiz Sartori
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