Enquanto não mudar sua prática política,
essa será a imagem que o PMDB
vai passar para os eleitores.
Se o PMDB sair da base do Governo Dilma vai fazer o que?
O PSB de Eduardo Campos associado a Marina Silva do Rede até
pode pensar em uma aliança, isso nos pensamentos mais secretos do atual
governador de Pernambuco, mas se a opção é ser a terceira via isso não é possível
com a companhia do PMDB hoje. Para o PSB seria a mesma coisa que a atual
tentativa de se aliar com o PSDB de Geraldo Alkimim em São Paulo, ou seja,
espanta votos.
Pode ir com o Aécio, mas como reagiria o eleitorado diante
de uma guinada como essa?
Em meio ao questionamento diante do comportamento fisiológico
da classe política, a maioria dos eleitores brasileiros, que já tem o PMDB como
um partido com tendências ao fisiologismo, não deixaria de associar a saída do
PMDB da base do Governo Dilma com uma disputa por cargo. Assim Aécio correria o
risco de ganhar minutos na televisão e perder capacidade de crescimento.
Por fim restaria ao PMDB a tentativa de lançar um candidato
próprio a presidência, mas quem? Por maior exercício de investigação que seja
feito, sinceramente, não tem ninguém no PMDB para esta tarefa.
Os caciques do PMDB deveriam fazer autocrítica de suas práticas
políticas sempre distantes dos eleitores, salvo raras exceções, como por
exemplo, o Senador Pedro Simon.
Os dirigentes do PMDB e principalmente seu líder na Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha, ainda não compreenderam com profundidade o novo
momento na política brasileira, continuam achando que os eleitores tem memória
curta e que podem ser manipulados pela prática do fisiologismo nas campanhas
eleitorais e por truques de mídia.
Mesmo se continuar na base do Governo Dilma e manter o Vice
Presidente na chapa, o PMDB terá muitas dificuldades para manter o seu atual
espaço no cenário político nacional e, só não sairá muito pior devido a aliança
com as forças políticas que apóiam o atual governo.
O momento atual para o PMDB não é para brincadeira e delírios, é para leitura política e elaboração de estratégias que levem em conta esse
novo Brasil que esta surgindo de uma realidade com cada vez menos desigualdade
social.
Flávio Luiz Sartori
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