sexta-feira, 28 de agosto de 2009

PESQUISA DO IBOPE REVELA VISÃO DO BRASILEIRO SOBRE A RELAÇÃO DOS GOVERNOS COM A RELIGIÃO

Números indicam que a maioria dos brasileiros não leva em consideração a combinação de religião com a política e com as disputas de mercado.

Depois de um fim de semana agitado com a polêmica das pesquisas eleitorais, quando imaginávamos que as mesmas ficariam em um segundo plano, o IBOPE fez o favor de ressuscitar a discussão sobre pesquisas com a divulgação da interessante pesquisa Temas Relacionados a Igreja Católica com campo de entrevistas realizado do dia 17 ao dia 22 de Julho, sendo que a pesquisa só entrou no site do IBOPE somente agora no final de Agosto.
Em um momento em que a disputa entre duas das principais redes de televisão do Brasil, a Rede Globo e a Rede Record, se torna acirrada e o assunto religião se torna parte da troca de acusações porque uma das redes de tv, no caso a Record tem uma ligação com a Igreja Universal do Reino de Deus, que teve um crescimento acima do normal, cooptando a maioria de seus seguidores exatamente entre os desiludidos com a fé Católica, a pesquisa do IBOPE vem a calhar. Porém, não devemos esquecer de que o IBOPE é historicamente ligado a Rede Globo e que foi a própria Globo que iniciou os ataques à Record partindo do tema religião.
Apesar da pesquisa ser a analise sobre um projeto que tramita no Congresso Nacional sobre a possibilidade da Igreja Católica ter mais direitos no território nacional, a leitura dos números da pesquisa feita com 2.002 entrevistas em 142 municípios de todo Brasil apresenta resultados interessantes: somente para 15% dos brasileiros o governo deveria fazer acordo com a Igreja Católica, para 32% dos brasileiros o governo não deve fazer acordo com a Igreja católica pois, isso seria um desrespeito as outras religiões, para 46% dos entrevistados, que representam a opinião dos brasileiros sobre o assunto o governo não deve fazer acordo com nenhuma religião pois não existe religião oficial no Brasil, 5% não concordaram com nenhuma das frases e 2% não responderam.
A pesquisa, como se percebe foi realizada com a apresentação das frases para os entrevistados, portanto foi estimulada.
O resultado demonstra que, apesar dos números do proprio IBOPE de 66% de Católicos no Brasil contra 20% de Evangélicos e 14% de Outros, a soma dos entrevistados que se posicionaram contra o acordo, quer seja por causa do desrespeito as outras regiões ou porque não se deve fazer acordo com nenhuma religião, foi de 78% (32 + 46), portanto com uma maioria esmagadora de Católicos se posicionando neste sentido.
Conclusão, quem quiser usar a religião para sustentar disputas de mercado, principalmente no campo da opção por um ou outro canal de televisão ou, até mesmo sobre outros temas, como por exemplo, a política, certamente que não estará de acordo com a maioria dos cidadãos brasileiros que pelos números da pesquisa demonstraram que em pleno início do século XXI temos um Brasil que aprendeu a separar a religião de outros temas. Principalmente, levando em consideração os números da pesquisa IBOPE de 66% de Católicos no Brasil, com apenas 15% de brasileiros concordariam com o acordo com a Igreja Católica.


Relatorio completo da pesquisa no site IBOPE: http://www.ibope.com.br/inteligencia/downloads/2009/09_08_28_ibopeinteligencia_cddbr.pdf

Flávio Luiz Sartori - E mail: flavioluiz.sartori@gmail.com

FIM DE SEMANA E O MOMENTO É DE "CURTIÇÃO" IV

Antes de postar o próximo texto é momento de curtição e querem coisa melhor que forró, vamos de Gilberto Gil com ....Esperando na Janela


segunda-feira, 24 de agosto de 2009

CONTINUAM OS NUMEROS CONTRADITÓRIOS...

Dando prosseguimento a analise das pesquisas publicadas pelo Data Folha no fim de semana passado (15 e 16 de Agosto), continuei analisando os números, porem com prioridade para as cotas de entrevistados em detrimento dos resultados, afinal, porque falar deles se a analise da questão das cotas por escolaridade diante dos números colocados, se tornaram mais importantes. Garanto que quando acessei os resultados nos relatórios da Data Folha jamais imaginei que encontraria as diferenças que encontrei entre os números das cotas usadas por eles e os números exatos da estratificação do eleitorado disponíveis no site do TSE.

Desta vez foquei minha analise nos números das pesquisas por temas nacionais realizadas pelo Data Folha com os seguintes assuntos: Avaliação do Congresso Nacional, Avaliação do Presidente do Senado José Sarney, Avaliação do Presidente Lula, Avaliação dos efeitos da crise mundial perante a opinião pública, Avaliação dos efeitos da Lei Anti Fumo no Estado de São Paulo, Intenção de Votos para Presidência da Republica.
Em todos relatórios com os assuntos abordados acima a amostragem total de entrevistados foi a mesma com 4.100 entrevistados em todo Brasil, logicamente que a primeira analise que fiz foi sobre as cotas de entrevistados por escolaridade e a primeira constatação foi a de que elas foram as mesmas para todos os seis assuntos abordados, então o próximo passo foi a comparar com os números reais do TSE.

Desta vez comecei pelos números do TSE, de acordo com as estatísticas da Justiça eleitoras o quadro em relação ao eleitorado brasileiro nas cotas por escolaridade é o seguinte:

Com Superior Incompleto (2,6%) e Superior Completo (3,6%) o total de eleitores que conseguiram chegar ao nível superior de escolaridade, ou seja, as faculdades e universidades é 6,2% de eleitores em todo Brasil.

Com Ensino Médio Incompleto(18,26%) e Ensino Médio Completo (12,45) o total de eleitores que cursaram até os também chamados de antigos segundo grau e colegial é 30,71% em todo Brasil.

Com o atualmente chamado Ensino Fundamental Incompleto (33,79%), Ensino Fundamental Completo (7,73%) e os que apenas aprenderam a ler e escrever (15,32%), lembrando que nesta classificação estão incluídos os que freqüentaram o antigo Primeiro Grau. O total de eleitores brasileiros que foram a escola somente até o atual Ensino Fundamental é 56,84%.

Também fazem parte da estatística 6,13% de Analfabetos e 0,12% que não informaram a escolaridade.

São números bem diferentes dos da cidade de São Paulo que estão no texto postado antes deste, eles representam o desequilíbrio existente na política educacional em todo Brasil.

Para as pesquisas nacionais citadas neste texto o Data Folha usou as seguintes cotas de entrevistados em números divulgados nos relatórios que estão no site do próprio Data Folha:

Entrevistados com Ensino Superior, 584 pessoas, 14,25% de 4.100 entrevistas.

Entrevistados com Ensino Médio, 1.814 pessoas, 44,28% de 4.100 entrevistas.

Entrevistados com Ensino Fundamental, 1.699 pessoas, 41,47% de 4.100 entrevistas.

Conclusão, no item Ensino Superior a diferença entre 6,2% do TSE e 14,25% da cota do Data Folha é de 8,05% pontos para mais, portanto maior que os próprios números do TSE. No item Ensino Médio a diferença entre 30,71% do TSE e 44,47% na cota do Data Folha é 13,76% pontos para mais. No item Ensino Fundamental a diferença entre os números do TSE, 56,84% e a cota do Data Folha de 41,47% foi de 15,37% pontos para menos. Existem ainda os 6,13% de Analfabetos nos números do TSE que não podem ser desprezados.
Essas diferenças certamente provocam diferenças nos números finais da pesquisa, são números de pura matemática e dados que estão disponíveis para qualquer cidadão no site do TSE. São diferenças tão gritantes que chego até a duvidar dos números do TSE.

Ia esquecendo, seria bom se o Vox Populi e a TV Bandeirantes, que também fizeram parte de todas as noticias sobre pesquisas contraditórias nas ultimas semanas, também disponibilizassem seus relatórios para o público assim como fez o Data Folha.

Flávio Luiz Sartori – E mail:
flavioluiz.sartori@gmail.com

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

PESQUISAS SOBRE RESTRIÇÃO AOS FRETADOS E AVALIAÇAO DO MANDATO DO PREFEITO GILBERTO KASSAB NA CIDADE DE SÃO PAULO

As diferenças entre as cotas de entrevistados por escolaridade usadas pelo Data Folha e as cotas reais do Tribunal Superior Eleitoral


Conforme o prometido através do texto postado anteriormente estou iniciando a serie de analises sobre as pesquisas divulgadas no site do Data Folha desde o ultimo fim de semana, 15 e 16 de Agosto. No caso como são assuntos que se interligam, resolvi fazer a analise das duas pesquisas que tem um tema em comum na cidade de São Paulo: Avaliação dos efeitos das novas regras sobre os fretados na cidade de São Paulo e Avaliação da gestão do Prefeito Gilberto Kassab em São Paulo.

Analisando os números da avaliação do Prefeito se verifica que o Data Folha organizou paralelamente a eles uma outra tabela interessante associando as respostas dos entrevistados sobre a avaliação do Prefeito do Ótimo e Bom, com 48%, Regular com 34% ao Ruim e Péssimo com 17%, com o tipo de transporte que eles utilizam e os números foram os seguintes; só para os 16,2%, que representam 177 entrevistados (no relatório divulgado pelo Jornal Folha de São Paulo são 9% mas na soma dos números das tabelas divulgadas pelo Data Folha são 16,2%) dos 1.092 entrevistados que responderam ser usuários do transporte fretado, com lotação, vans e micro-ônibus: 45% acham a administração do Prefeito Gilberto Kassab Ótima ou Boa, 36% Regular e 18% Ruim e Péssimo, números não muito diferentes e dentro da margem de erro da pesquisa para mais e para menos que foi de 3 pontos segundo relatório sobre metodologia dessa pesquisa divulgado pelo Data Folha. Isso demonstra que, apesar das manifestações e protestos dos usuários desse tipo de transporte, a situação, de acordo com o Data Folha, mudou para uma parcela muito pequena dos eleitores da cidade de São Paulo, provocando uma queda de apenas 3 pontos na avaliação do Ótimo e Bom do prefeito.

Também foi analisada a cota de amostragem da pesquisas por escolaridade e de acordo com os números divulgados nas tabelas do Data Folha as cotas de entrevistas da pesquisa foram: 352 entrevistados (32,4%) que cursaram só ate o Ensino Fundamental, independente de terem concluído ou não ou de ser analisado nas formas antigas, como por exemplo até a oitava série, 522 entrevistados(47,9%) que cursaram até o Ensino Médio (antigos segundo grau e colegial), independente de terem concluído ou não, e finalmente 215 entrevistas (19,7%) com eleitores que chegaram até o ensino superior, também independente de ter concluído ou não.
Sem levar em conta a polêmica que existe entre os que defendem entrevistas por cotas e os que defendem entrevistas por sorteios aleatórios (em breve debateremos sobre isso) na área de pesquisas de opinião, a idéia é demonstrar se as cotas utilizadas pelo Data Folha estão ou não de acordo com a estratificação dos eleitores por escolaridade, no caso da cidade de São Paulo.


Vamos então aos números do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre a escolaridade dos eleitores da cidade de São Paulo: 44,8% com nível de conhecimento até o Ensino Fundamental de hoje, independentemente de terem só a primeira série e só saberem ler e escrever, ou de terem concluído até a oitava série, 40,4% chegaram até o ensino médio independente de terem concluído ou não e, 12,4% conseguiram entrar no ensino superior independente de terem terminado ou não. Isso são números reais do site do TSE.

Conclusão, existe sim um número de entrevistas feitos pelo Data Folha com cotas de entrevistados dos ensinos médios e superior acima das cotas dos números reais do TSE como pudemos constatar acima, dessa forma, se existem candidatos e temas que tem aceitação nos setores da sociedade que tem acesso aos ensinos médios e superior, tanto os candidatos quanto os temas serão favorecidos pelas cotas de entrevistas usadas pelo Data Folha. Observem bem que só no ensino fundamental, de 32,4% nas cotas do Data Folha para 44,8% nos números reais do TSE temos uma diferença de 12,4% pontos para menos, que corresponde a um universo de 1.020.120 eleitores do total de 8.226.773 eleitores inscritos que a cidade de São Paulo tinha até Julho de 2009 e que a amostragem de 1092 entrevistas da pesquisa do Data Folha pretendeu usar como representativa do eleitorado da cidade de São Paulo.
Voltando a diferença de 12,4 pontos percentuais, para onde foram? Foram 7,3 pontos percentuais para os 12,4% (a semelhança com a diferença citada é só coincidência) que chegaram ao ensino superior pelos números do TSE e foram transformados em 19,7% da cota dos entrevistados com ensino superior pelo Data Folha, assim mesmo sobram 5,1 pontos percentuais que subtraindo eles dos 47,9% entrevistados que chegaram até o Ensino Médio entrevistados pelo data Folha, produzem como resultado 42,8%, mas como os números to TSE demonstram que existe 40,4% de eleitores que chegaram até o Ensino Médio, logo ainda sobram 2,4 pontos percentuais que na realidade representam 2,47% de eleitores que se declaram analfabetos na cidade de São Paulo pelos números do TSE e que obviamente não entraram nas cotas do Data Folha.
Com a palavra o Data Folha porque aqui os números foram analisadas na frieza da matemática sem paixões.


Flávio Luiz Sartori

O COMPROMISSO DO BLOG

Este blog foi criado para fazer analises isentas de paixões políticas, aqui os números serão analisados de maneira fria e exata, porem como sou humano e imperfeito certamente errarei mas tentarei estar sempre o mais próximo que for possivel da perfeição.

Assim estou pretendendo ser no texto que postarei depois deste, se eu errar me corrijam.

Flavio Luiz Sartori

FIM DE SEMANA E O MOMENTO É DE "CURTIÇÃO" III

Depois de não ter conseguido postar uma música no final de semana passada por pura falta de tempo eis aqui uma das minhas preferidas, Estrada do Sol, em uma .releitura de clássico de Tom Jobim e Dolores Duran por Fernando Janson, Ivan Paschoal, Gilberto Cerantola e Rafael Souza. 2007 .


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

VOX POPULI E DATA FOLHA: PESQUISA CONTRADITÓRIAS

Apesar de estar muito atarefado, estou coordenando a pesquisa com os coletores de recicláveis e a organização do banco de dados para cadastrar os mesmos para a Secretaria Municipal de Trabalho e Renda de Campinas, não posso deixar de alimentar o Blog, ainda mais em um momento decisivo como esse as vésperas do prazo para mudança de partidos, que apesar da legislação não estar mais tão permissiva com antes, ainda permite brechas que certamente serão aproveitadas, é o caso da senadora Marina Silva, por exemplo, que esta saindo do PT e indo para o PV.
Nesse momento diversas pesquisa foram divulgadas, principalmente do Data Folha e do Vox Populi, são dois dos mais importantes institutos de pesquisas na historia recente do Brasil, o Data Folha foi criado no fim do Regime Militar,depois da Campanha das Diretas Já nos aos 80, a idéia era ter um uma empresa de pesquisa que produzisse resultados confiáveis depois que o IBOPE ficou praticamente neutro naquele momento. O Vox tem uma história diferente, apareceu na mídia como empresa de pesquisa que monitorava os números para o então candidato a presidência Fernando Collor na primeira eleição presidencial depois do fim da Ditadura Militar em 1989. Depois da eleição e da cassação de Collor, o Vox e Marcos Coimbra (qua já confessei aqui é um dos meus gurus) seu criador, ficaram esquecidos, porem Marcos Coimbra sempre foi um dos melhores e mais competentes profissionais da área, seu resgate definitivo foi no cenário das eleições se deu em 2006 na eleição presidencial.
No Domingo dia 16 de Agosto, aliás, como já informamos neste blog no texto anterior, foram publicados números do Data Folha da corrida presidencial, com Serra com 37% das intenções de voto, seguido pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e pelo deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), tecnicamente empatados com respectivos 16 e 15%. Heloísa Helena (PSOL) aparece com 12%, seguida pela senadora Marina Silva (PT-AC), com 3% das intenções de voto. As entrevistas desta pesquisa foram realizadas entre os dias 11 e 13 de Agosto de 2009 com 4.100 pessoas.
No dia 18 de Agosto agora, terça feira, o Jornal da Band, divulgou pesquisa realizada pelo Vox Populi com campo de entrevistas realizado entre os dias 31 de Julho e 4 de Agosto com números relativamente diferentes do Data Folha. Nessa pesquisa com quatro cenários para a disputa presidencial com intenção de votos estimulada temos o seguinte quadro:

Na primeira hipótese Serra teria 30%, Dilma 21%, Ciro 17% e Heloisa Helena 12%.

Na segunda hipótese sem Ciro Serra teria 36%, Dilma 24%, Heloisa Helena 16%.

Na terceira Hipótese com Aécio no lugar de Serra sem Ciro, Dilma teria 25%, Aécio 21% e Heloisa Helena 18%.

Na quarta hipótese com Ciro e Aécio, Dilma teria 21%, Ciro 20%, Aécio 17% e Heloisa helena 12%.

Nas pesquisas o Data Folha entrevistou 4.100 pessoas em todo Brasil e o Vox Populi entrevistou 2.000 pessoas, a diferença nos resultados é significativa. Ontem dia 19 nos sites Vi o Mundo do jornalista Luiz Carlos Azenha e do Jornalista Paulo Henrique Amorim foram feitos questionamentos em relação ao número de entrevistados por área no sentido de que o Data Folha teria entrevistado cotas maiores onde Jose Serra teria maior intenção de votos.
No dia 18 consegui acessar os relatórios da pesquisa do Data Folha com todos temas abordados em nove partes: Avaliação do Congresso Nacional, Avaliação do Presidente do Senado José Sarney, Avaliação do Presidente Lula, Avaliação dos efeitos da crise mundial perante a opinião pública, Avaliação dos efeitos das novas regras sobre os fretados na cidade de São Paulo, Avaliação da gestão do Prefeito Gilberto Kassab em São Paulo, Avaliação dos efeitos da Lei Anti Fumo no Estado de São Paulo, Intenção de Votos para Presidência da Republica e Intenção de votos para o Governo de São Paulo.

Diante da polêmica colocada a função deste Blog, que aliás foi criado para isso mesmo é buscar uma analise dos números comparando as cotas que estão publicadas nos relatórios que estão disponíveis para qualquer cidadão consultar no Site do data Folha com números de cotas de leitores disponíveis no site do TSE e também com números da densidade populacional do Brasil disponíveis no IBGE pelo sistema Estatcart, dessa forma poderei, junto com os que acessam meu Blog, ter uma idéia sobre o questionamento feito ao Data Folha.

Apesar de minhas tarefas diárias vou tentar editar esta analise junto com as analises mais detalhada dos relatórios dos itens pesquisados pelo Data Folha sobre o momento político do Brasil e outros temas até Domingo dia 22 de Agosto de 2009.

Finalmente, gostaria de comentar que a Band e o Vox Populi estão devendo a publicação do relatório completo das pesquisas publicadas, aliás, como fez o Data Folha. Até breve.


Flavio Luiz Sartori

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

AS PESQUISAS ELEITORAIS SÃO PARTE DAS ARTICULAÇÕES POLÍTICAS PARA A ELEIÇÃO PRESIDENCIAL 2010 - Nº 2

No primeiro texto que postei neste blog com o título Pesquisa IBOPE para Governo de São Paulo de 03 de Junho de 2009, postado numa sexta feira, 13 de Julho de 2009, comentei que o IBOPE que realizou aquela pesquisa tinha cometido o erro de não criar uma ficha pizza só com o nome do candidato Ciro Gomes representando o bloco governista em contraposição ao bloco do PSDB, Maluf e outros. Na pesquisa divulgada ontem pelo DataFolha, dentre outra novidades que vamos abordar, esta o fato de que a intenção de votos para o Governo de São apresenta o seguinte quadro dentro das variações propostas:

Sendo candidato do PSDB e aliados Geraldo Alckmin, ex-governador e atual secretário de Desenvolvimento do Estado, ele teria 43% das intenções de voto em cenário com a ex-prefeita da capital paulista Marta Suplicy como candidata petista, que aparece com 16%. Se o páreo for contra o deputado federal Ciro Gomes (PSB), Alckmin teria 46% das intenções e o deputado, 12%. Os resultados foram publicados na edição de hoje do jornal "Folha de S.Paulo".
Em cenário com o governador José Serra candidato pelo PSDB, os desempenhos de Marta e Ciro não são muito diferentes, de acordo com o Datafolha. A petista aparece com 17% das intenções de voto e o parlamentar do PSB, com 12%. O tucano teria, então, 36% e 38% das intenções, respectivamente. O melhor desempenho de Ciro Gomes aparece no levantamento com o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab (DEM) como candidato ao governo estadual: ele teria 18%. Nesta sondagem, Marta recebeu 20% das intenções de voto.
Na pesquisa com Alckmin e Ciro - nome preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para concorrer em São Paulo -, o deputado federal Paulo Maluf, do PP, aparece em terceiro lugar com 11% das intenções de voto, seguido por Soninha (PPS), com 5%. Em cenário com Marta no lugar de Ciro, Maluf teria 11% dos votos, a ex-prefeita Luiza Erundina (PSB) 7% e Soninha, 5%. De acordo com o instituto, a margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos.

Como se pode observar na pesquisa do DataFolha mesmo não colocando Ciro como única opção como candidato do bloco oposicionista no Estado de São Paulo, em uma das possibilidades, com Gilberto Kassab candidato, Ciro chega a 18%. Outra observação é a de que, hoje, Alkimin na casa dos 43% a 46%, seria melhor candidato ao Governo de São Paulo que o próprio Serra, hoje na casa dos 36% a 38%. Na pesquisa se constata que na opção da disputa com uma candidatura Gilberto Kassab a Governador, Ciro sobe proporcionalmente mais que Marta, isso mostra que ele penetra mais no eleitorado de centro do que Marta e este é, sem sombra de dúvidas, o fator que leva o Presidente Lula a sonhar com sua candidatura em São Paulo.

Outra constatação importante da pesquisa foi na sondagem para a eleição para presidência com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB) sendo o preferido dos eleitores na disputa em 2010, de acordo com pesquisa Datafolha no jornal Folha de S.Paulo publicada no Domingo dia 16 de Agosto. Serra tem 37 por cento das intenções de voto, seguido pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e pelo deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), tecnicamente empatados com respectivos 16 e 15%. Heloísa Helena (PSOL) aparece com 12 por cento, seguida pela senadora Marina Silva (PT-AC), com 3 por cento das intenções de voto.Todos esses números estão combinados com os de avaliação do Presidente Lula, publicados na mesma pesquisa onde se constata que ele mantém sua popularidade em alta. Segundo o instituto Datafolha, para 67% dos entrevistados, o governo é ótimo ou bom, variação dentro da margem de erro na comparação com a última pesquisa, feita em maio, quando Lula atingiu 69 por cento de aprovação. O governo do petista é regular na avaliação de 25 por cento dos brasileiros, ante 24 por cento na última pesquisa. Somente para 8 por cento, a administração de Lula é ruim ou péssima, contra 6% verificados no levantamento anterior.


Conclusão, o principal cabo eleitoral do Brasil ainda é o Presidente Lula, não importa os arranjos tentados pela oposição, pelo menos por enquanto com novas candidaturas ou alianças, até mesmo em São Paulo Lula dispões de várias possibilidades para intervir no quadro político, de Marta a Ciro Gomes e, porque não outros, como por exemplo o atual Prefeito de Campinas, Dr. Hélio.



Flávio Luiz Sartori

domingo, 16 de agosto de 2009

AS PESQUISAS ELEITORAIS SÃO PARTE DAS ARTICULAÇÕES POLÍTICAS PARA A ELEIÇÃO PRESIDENCIAL 2010 - Nº 1

A exemplo do que aconteceu no começo deste mês, mais uma vez o site de Ricardo Noblat da Globo.com divulga noticias sobre números de pesquisas, sem apresentar o relatório que deu origem a noticia, sobre a corrida presidencial, agora com a presença da senadora e ex ministra Marina Silva. Desde que Marina anunciou que foi convidada pelo PV, Partido Verde, para ser candidata a presidência no ano que vem, governistas e oposicionistas estão especulando sobre qual seria o peso da Senadora do Acre na disputa, como se comportaria o eleitorado diante da presença de uma candidata ambientalista de fato.
De acordo com pesquisa apresentada por Noblat e coordenada por Antonio Lavareda pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), Marina entraria na disputa direta com com Dilma em quatro possibilidades, perderia e empataria uma vez e ganharia em duas.

A primeira dessas tabelas mostra José Serra (PSDB) com 28% das preferências e Ciro Gomes (PSB) com 16%, seguidos de Dilma (14%), Heloísa Helena (PSOL) com 13% e Marina em quinto, com 10%. Na segunda, sem Heloísa, Marina sobe e empata com Dilma em 14% (Serra lidera com 30% e Ciro fica com 22%).
A virada da ex-ministra do Meio Ambiente aparece quando Ciro também é tirado da disputa. Nessa hipótese, Serra sobe para 37% e Marina vence Dilma por 24% a 16%. E na última hipótese, em que Aécio entra no lugar de Serra e Ciro continua de fora, Marina aparece em primeiro lugar com 27% das intenções de voto, contra 25% do governador mineiro e 19% de Dilma.

O problema é que esta pesquisa foi realizada por telefone e como este blog já demonstrou em publicação recente no texto
A PESQUISA DE AVALIAÇÃ DO SENADO publicado beste blog no dia 16 de Julho de 2009 a pesquisa por telefone não abrange a amostragem real necessária. Também é importante lembrar que o informe sobre a pesquisa não esclarece se a pesquisa foi espontânea ou estimulada, fala em fichas mas não esclarece definitivamente.
Os números divulgados estão mais próximos de uma pesquisa estimulada e ai a pergunta que se faz é a seguinte: Como estimular um eleitor por telefone sem a tradicional ficha múltipla em forma de pizza? O estimulo poderia ser feito com o entrevistador alternando o nome dos candidatos, no entanto é importante frisar que a ficha foi implantada para ser entregue ao entrevistado para forçar ele ler a mesma, que é um forma de pizza para não ter um em primeiro nome sempre na lista e induzir a escolha e, também para que o mesmo entrevistado tenha alguns segundos ou até mesmo minuto para ler a ficha refletir e fazer a escolha trazendo para aquele breve momento uma situação que geralmente dura meses até o desfecho do voto no dia da eleição. Trazer esta situação para uma conversa de minutos por telefone é muito complicado.

Por outro lado o mesmo blog de Ricardo Noblat divulgou pesquisa do Vox Populi para Presidência da Republica com eleitores do Rio Grande do Sul onde a ministra Dilma Russef teria 26% de intenções de votos e estaria na frente do Governador de São Paulo José Serra, com 25%, por 1 ponto. O Deputado Federal Ciro Gomes estaria com 16% e a ex-senadora Heloisa Helena com 10%.


Flavio Luiz Sartori

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

JORNAIS ESCRITOS TEM QUEDA DE 6% NA CIRCULAÇÃO SOMADA NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2009

Passou desapercebido da maioria dos brasileiros nos últimos dias uma informação muito importante que foi exatamente a queda de 6% na circulação somada dos 20 principais jornais diários brasileiros no primeiro semestre de 2009, isto na comparação com o mesmo período do ano passado.
De acordo com o site da Associação Brasileira da Indústria Gráfica, a ABIGRAF, os jornais diários mais conhecidos que registraram as maiores quedas foram:

O Dia do Rio de Janeiro com queda de 25%;

Jornal da Tarde e O Estado de São Paulo – todos com queda 17%;

Diário de São Paulo com queda de 11%;

O Globo com queda de 8%;

Folha de São Paulo com queda de 7%;

Também foram registrados crescimentos e os jornais diários mais conhecidos que cresceram foram:

Daqui, com crescimento de 37%;

Expresso da Informação, com crescimento de 14%;

Lance, com crescimento de 8%;


Como se pode perceber pelos números os tradicionais grandes jornais brasileiros estão em plena quedas de circulação. As explicações para este fato são basicamente duas; primeiro o crescimento da Internet que é inquestionável e segundo, o desgaste do estilo adotado pela imprensa tradicional do Brasil, principalmente Grupo Estadão, Diário de São Paulo, O Globo e Folha que, exceto O Dia do Rio de Janeiro que é um caso á parte, estão pagando um preço muito alto pela fidelidade ao compromisso histórico que sempre tiveram com significativa parte da elite brasileira que conseguiu se manter hegemônica no poder até o inicio deste século.

Sem conhecer as publicações Daqui e Expresso da Informação, importante destacar o crescimento da publicação Lance, que pratica a linha editorial basicamente focada no futebol, o que significa que diante do lugar comum praticado pela imprensa tradicional no Brasil, o leitor esta preferindo, cada vez mais buscar assuntos mais apolíticos dando prioridade ao entretenimento do qual o esporte e o futebol fazem parte.


Flávio Luiz Sartori

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

ANÁLISE DOS NÚMEROS DIVULGADOS DA PESQUISA BAND VOX POPULI PARA O GOVERNO DE SÃO PAULO

Ontem à noite o Jornal da Band divulgou pesquisa do Vox Populi com resultados da intenção de votos para o Governo de São Paulo, as pesquisas realizadas em São Paulo são fundamentais porque elas refletem em todo Brasil, principalmente faltando praticamente um ano para eleição.

Gosto muito do trabalho do Sr. Marcos Coimbra do Vox Populi, inclusive considero ele um dos meus gurus, mas em relação a esta pesquisa divulgada ontem, dia 11 com trabalho de campo realizado do dia 31 de Julho ao dia 4 de Agosto, continuo com a mesma critica, ninguém vai conseguir traçar um perfil da real tendência do eleitorado senão for criado um campo único na ficha circular da escolha estimulada para os candidatos do bloco governista à nível federal, ou seja uma ficha pizza só com Marta, sem Paulinho, Ciro ou Erundina ou com Ciro, sem Marta e Paulinho.

Também é importante frisar que a amostragem de apenas 1000 entrevistados é pequena para esse tipo de leitura, é necessário, repito como já fiz anteriormente, mais recursos para se produzir um trabalho com uma amostragem maior que permita que um número superior de municípios e regiões sejam abrangidos.

Estou aguardando os resultados da pesquisa com o relatório em detalhes que deve ser divulgado pela Band ou pelo Vox logo, para fazer uma analise mais detalhada dos números, sendo que os números divulgados pela Band estão no texto abaixo que estava na página da emissora na Internet.

Jornal da Band

O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) voltaria a comandar o Estado caso as eleições de outubro de 2010 ocorressem hoje. A pesquisa Band/Vox Populi revela como seria a disputa eleitoral.Alckmin, secretário do Desenvolvimento do Estado, aparece com 51% das intenções de voto, seguido por Marta Suplicy (PT), com 16%. Paulo Maluf (PP) viria em terceiro com, 11%. Luiza Erundina (PSB) aparece com 5%, Soninha (PPS), com 4%, e Paulinho da Força (PDT), com 3%. Em um segundo cenário, trocando o candidato tucano, Marta Suplicy seria a primeira colocada, com 25%. Paulo Maluf viria em segundo com 18%. Luiza Erundina seria a escolhida por 9%dos entrevistados. Outros 8% preferem Soninha, e Aloysio Nunes (PSDB), e Paulinho da Força teriam 5% dos votos cada. Se o candidato do PT fosse Antonio Pallocci, Alckmin teria 53% dos votos. Em segundo, estaria Maluf e Erundina, com 12% dos votos cada. 5% dos entrevistados votariam em Soninha, 4%, em Antonio Palocci, e 3%, em Paulinho.Em um quarto cenário, com Ciro Gomes (PSB), Geraldo Alckmin aparece com 49% das intenções de voto. Marta tem 17%. Paulo Maluf, 12%, e Soninha é a quarta com 5%, seguida por Ciro Gomes, com 3%, e Paulinho da Força, com 2%.Mil eleitores foram entrevistados, entre os dias 31 de julho e 4 de agosto. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais.

Aguardo também para hoje a divulgação dos números da pesquisa do Vox para o Governo do Rio de Janeiro.

Flávio Luiz Sartori

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

FIM DE SEMANA E O MOMENTO É DE "CURTIÇÃO" II

Mais uma vez, como pretendo fazer todo fim de semana, o Blog vai apresentar uma musica para “curtição”, aliás, como se dizia antigamente, antigamente????. Pensei muito e decidi vamos de forro e é com gringo tocando Forro in the Dark w/ David Byrne - Asa Branca.






Flavio Luiz Sartori

ANALISE DOS NÚMEROS DA PESQUISA PUBLICADA NO SITE DO JORNALISTA PAULO HENRIQUE AMORIM SOBRE A DENSIDADE ELEITORAL DO DELEGADO PROTOGENES EM SÃO PAULO

No ultimo dia 5 de agosto o site paulohenriqueamorim.com.br publicou mais detalhes sobre a informação de que o Delegado Protogenes tem uma boa densidade eleitoral no Estado de São Paulo, conforme este blog havia divulgado e analisado no dia 5 de Agosto. Faltavam detalhes desta pesquisa e ainda faltam detalhes das pesquisas citadas por Ricardo Noblat em seu blog.

De acordo com Paulo Henrique Amorim a pesquisa foi feita pela empresa Brasmarket entre 23 e 27 de Julho com 821 entrevistas em 23 municípios de São Paulo, sete na Grande São Paulo e na Capital. A margem de erro é de 4%. Para senador, Protógenes teria 17,5% contra 16,8% de Mercadante e 16,4% de Tuma. Na corrida presidencial ele seria o terceiro, com 7,5%, – teria mais votos que Ciro. Em primeiro viria Serra, com 30%, em segundo Dilma, com 16%. Para deputado federal, ele teria 28,6% dos votos e faria uma bancada de 11 deputados federais, independente do partido.

É necessário muito cuidado, não querendo questionar a empresa, principalmente com a amostragem. Um campo para todo Estado de São Paulo com apenas 821 entrevistas em 23 municípios é muito pequeno. O IBOPE quando divulgou a pesquisa, aliás, a primeira a ser analisada neste blog, sobre a tendência do eleitorado paulista para o Governo de São Paulo, realizada no final de Maio e inicio de Junho deste ano, entrevistou um total de 2002 pessoas em 143 municípios do Estado. Já é um problema sério planejar uma pesquisa para o Senado, tanto é que nas ultimas eleições, em 2002 e 2004, ninguém conseguiu prever dentro da margem de erro os resultados destas eleições, para deputado federal então é praticamente impossível.

Para disputas por cargos legislativos, deputados federais e estaduais, e vereadores, só se pode fazer uma pesquisa em uma região localizada, como por exemplo, um município ou um distrito para projetar possibilidades.

No caso da pesquisa da Brasmarket podemos afirmar que ela representa algumas regiões de São Paulo, com destaque para a Grande São Paulo, porque a amostragem e a pequena quantidade de municípios onde foram realizadas as entrevistas não permite que esta pesquisa seja válida para todo Estado. Se existe realmente uma forte densidade eleitoral do Delegado Protogenes, isto precisa ser confirmado em uma pesquisa com um campo, número de entrevistados, de no mínimo, duas mil entrevistas.

Para um trabalho como este é preciso um investimento maior.


Flavio Luiz Sartori

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A IMPORTANCIA DAS PESQUISAS NA INFORMAÇÃO E CONTRA INFORMAÇÃO NO JOGO POLÍTICO

Os sites noblat.com.br e paulohenriqueamorim.com.br são a síntese dos extremos da política brasileira no momento, sem querer entrar no juízo do posicionamento ideológico assumido por ambos, o que se constata é que os dois não são exatamente oposicionista ou governista, muito pelo contrário, Noblat é antigoverno, mas não totalmente a favor da oposição, Paulo Henrique Amorim é antioposição, principalmente DEM e PSDB, mas não é governista. Na realidade a maioria das noticias publicadas nos sites são parte de um jogo de informação e contra informação na atual conjuntura da política brasileira.

Nos dias 31 de Julho e 01 de Agosto ambos os sites publicaram notícias sobre três pesquisas de opinião com a tendência do eleitorado em relação às disputas políticas; no plano estadual em São Paulo e também no plano federal. Foram noticias as sobre pesquisas com a tendência do eleitorado.

No dia 31 de Julho o site noblat.com.br publicou dois pequenos textos, o primeiro intitulado “Números do Planalto” informou sobre pesquisas que indicavam a possível estagnação da pré candidatura da Ministra Dilma Russef e da necessidade de desistência da disputa presidencial do pré candidato Ciro Gomes diante da constatação de que 60% das intenções de voto do mesmo, nesse caso, migrariam para Dilma, elevando o patamar da pré candidata para a casa dos 30%. No outro texto intitulado “Os números da Oposição” o informe era de que em uma pesquisa do PSDB, encomendada ao Instituto Análises, a pré-candidatura da Ministra Dilma teria caído de 5 a 8 pontos na intenção de votos e que a popularidade do presidente Lula teria caído 3 pontos em média. No caso de Dilma a queda teria ocorrido em função de uma menor exposição na mídia e de Lula em função do apoio dado ao presidente do Senado José Sarney na recente crise do Senado.

No dia 01 de Agosto o site paulohenriqueamorim.com.br publicou informações de uma pesquisa de opinião anunciada no dia anterior, que indicava a excelente performance do Delegado Protogenes na corrida para o Senado em São Paulo, onde ele estaria na liderança, seguido de Mercadante e depois por Afif, Quércia, Tuma e Skaf. O site também informava que caso o delegado se candidate a Deputado Federal sua performance também seria muito boa porque ele poderia eleger mais dez deputados alem de si próprio. Alem de Protogenes também é citada a possível boa performance de Ciro Gomes para o Governo de São Paulo na mesma pesquisa.

Pois bem, analisando as notícias sobre as pesquisas no contesto temos que ter atenção especial para o fato de foram números sem a consistência de uma pesquisa publicada em seus detalhes. Na realidade as notícias sobre as pesquisas devem ser analisadas como parte do jogo de informação e contra informação entre governo e oposição; Protogenes, por exemplo, se não pode ser associado ao governo, jamais será associado a oposição do DEM e do PSDB, quanto a queda Lula e Dilma, os números divulgados estão dentro da possibilidade na margem de erro que varia historicamente dentre 2 e 4 pontos.

Na atual conjuntura tanto o governo quanto a oposição tem condições de contar com o que de melhor existe no Brasil em matéria de pesquisa de opinião, as opções incluem nada menos que o IBOPE de Montenegro e o Vox Populi de Marcos Coimbra só para começar. Com empresas com tal grau de prestigio fica difícil imaginar que governistas e oposicionistas não conheçam a verdade dos números.

Conclusão, a falta de seqüência e detalhes nas informações sobre as pesquisas nos dias posteriores a publicação indica, pelo menos até a postagem deste texto, que os interesses políticos que nortearam o vazamento das informações sobre as pesquisas, talvez tivessem limites, principalmente levando em consideração o fato de que, mais detalhes sobre os números poderiam ser úteis aos adversários.


Flávio Luiz Sartori

sábado, 1 de agosto de 2009

VOLTANDO AO TRABALHO: PESQUISA DO IBOPE SOBRE A INTENÇÃO DE VOTOS PARA O GOVERNO DO PARANÁ MOSTRA QUE O ELEITORADO BRASILEIRO É PRAGMÁTICO

Os eleitores estão se tornando cada vez mais pragmáticos, já vai longe o tempo em que um boato, uma noticia ou uma reportagem, podiam, independente de ser verdade ou não, destruir uma carreira política ou determinar o resultado de uma eleição.
Maior exemplo disto esta em Curitiba, Paraná. Recentemente no Programa Fantástico da Rede Globo do dia 21 de Junho de 2009 foi apresentado uma reportagem sobre corrupção eleitoral envolvendo a campanha para a reeleição do Prefeito Beto Richa do PSDB. Na reportagem membros do PRTB, o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro, que nas eleições do ano passado eram adversários do prefeito e depois, durante a campanha eleitoral aderiram à candidatura de Richa foram filmados recebendo dinheiro, inclusive com o uso de recibos falsos.
O prefeito demitiu parte das pessoas envolvidas que faziam parte de seu governo.
Pelo censo comum, em um primeiro momento, Beto Richa estaria liquidado politicamente, mas pelo que se pode verificar na última pesquisa feita pelo IBOPE com eleitores somente de Curitiba, com o campo (entrevistas) realizado nos dias 16 e 18 de Julho de 2009, portanto quase um mês após o Programa Fantásticos que exibiu a reportagem ter ido ao ar, os resultados, muito pelo contrário, foram amplamente favoráveis ao prefeito, tanto na avaliação de sua gestão quanto na sua pretensão de se candidatar a governador do Paraná em 2010.
Beto Richa lidera a corrida ao Governo do Paraná em Curitiba com boa vantagem na pesquisa espontânea, onde esta frente com 21% das intenções de voto seguido de longe por Roberto Requião com 6% que é o atual governador que já foi reeleito e não pode se candidatar novamente, sendo que seus adversários diretos mais próximos são os irmãos senadores Álvaro e Osmar Dias, ambos com 3% de intenções de voto espontâneo. Quando a pesquisa foi feita de forma estimulada, Beto atingiu 63% das intenções de voto e o adversário que chegou mais perto foi Osmar Dias com 14% de intenções de votos estimulados.
E tem mais, 82% dos 805 entrevistados, a amostragem da pesquisa, responderam aprovar a gestão de Beto Richa frente à Prefeitura de Curitiba e só 15% responderam não aprovar.
Conclusão, se depender de Curitiba, Beto Richa tem todas condições básicas e objetivas para se tornar o próximo Governador do Paraná. Obviamente que fatores como o debate de idéias durante a campanha eleitoral e a influencia do voto das outras cidades do Paraná poderão decidir e mudar o rumo da disputa, porém, um fato está constatado e nada conseguiu tirar isso de Richa, pelo menos até o presente momento, seu prestigio e a confiança que conquistou junto ao eleitorado de Curitiba, cuja ampla maioria simplesmente ignorou a reportagem do Fantástico.
Isso deve ser motivo de reflexão para os políticos e pretensos formadores de opinião que imaginam que podem se dar bem lançando mão de acusações e ataques, independente de ser verdade ou não. No Brasil de hoje, depois de anos de governos incompetentes e de treze eleições e dois plebiscitos, realizados desde 1986, no regime democrático pleno, o eleitor brasileiro aprendeu a se comportar de forma pragmática colocando o interesse de suas necessidades mais urgentes em primeiro lugar em relação tradicionais as trocas de acusações que já fizeram parte do folclore da política brasileira.